XXI ALAM
Resumo:1420-1


Poster (Painel)
1420-1CARACTERIZAÇÃO DE LEVEDURAS ISOLADAS A PARTIR DE BIOMASSA LIGNOCELULÓSICA EM DECOMPOSIÇÃO NO OESTE DE SANTA CATARINA
Autores:Junior Romeo Deoti (UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul) ; Angela Alves dos Santos (UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul) ; Alice Heidrich Prompt (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Boris Ugarte Stambuk (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Sérgio Luiz Alves Júnior (UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul)

Resumo

O etanol combustível atualmente produzido no Brasil, chamado de etanol de primeira geração, é proveniente da fermentação do caldo de cana-de-açúcar e do melaço – substratos ricos em sacarose – pela levedura Saccharomyces cerevisiae. Desse processo, obtêm-se anualmente 75 milhões de toneladas de bagaço de cana, subproduto que pode ser empregado na produção do etanol de segunda geração (bioetanol), tendo em vista os carboidratos presentes na sua estrutura lignocelulósica. Embora a levedura S. cerevisiae seja a melhor adaptada a processos industriais de fermentação alcoólica, ela é incapaz de fermentar a xilose, que está presente em grande quantidade nessa estrutura. Sabendo-se que a biomassa lignocelulósica é decomposta com o auxílio de leveduras capazes de metabolizar essa pentose, coletamos amostras vegetais em decomposição, de onde isolamos algumas dessas leveduras para posterior caracterização bioquímica. Com isso, tínhamos o intuito de selecionar espécies de leveduras, da microbiota do oeste catarinense, capazes de fermentar eficientemente a xilose. A primeira parte do trabalho consistiu no isolamento de linhagens a partir de amostras coletadas no Parque da Gruta Nossa Senhora de Guadalupe e no Parque Palmital, ambos da cidade de Chapecó/SC. Como resultado, foram obtidos 14 isolados de leveduras do primeiro parque e 16 isolados do segundo. Após a fase de isolamento, foram realizadas análises dos perfis de crescimento celular e consumo e fermentação de açúcares das cepas isoladas. Através dessas análises, foi possível observar que as linhagens isoladas apresentam maior facilidade em metabolizar glicose em comparação com a xilose. Por outro lado, os dados obtidos demonstram que, diferentemente das linhagens da levedura S. cerevisiae, as cepas isoladas são capazes de fermentar a xilose, tendo, algumas delas, apresentado inclusive rendimento de etanol (Ye/s) em torno de 0,35 em condições de crescimento em microescala. Constatou-se também que as cepas isoladas de amostras do Parque da Gruta de Nossa Senhora de Guadalupe apresentaram um crescimento mais acentuado e veloz que os isolados do Parque Palmital. Assim sendo, esses isolados certamente servirão para estudos de genômica que estejam buscando desvendar os genes que proporcionam o eficiente metabolismo fermentativo de xilose em espécies de leveduras da microbiota brasileira.


Palavras-chave:  Fermentação, xilose, bioetanol, microbiota brasileira, leveduras