Resumo

A Paracoccidiodomicose (PCM) é uma micose sistêmica causada pelo fungo termodimorfico Paracoccidiodes brasiliensis, predominante na América Latina e acometendo principalmente trabalhadores rurais do sexo masculino. Recentes estudos apresentaram três espécies filogenéticas distintas (S1, SP2 e SP3) de P. brasiliensis, que causam a PCM. Isolados atípicos estão sendo caracterizados como uma nova espécie, P. lutzii. Estudos com frações de alta massa molecular (hMM) (~380kD) demonstram a importância dessa fração na indução da proteção do hospedeiro. Este trabalho teve como objetivo analisar e correlacionar os níveis de IgG a frações de hMM de P. brasiliensis (Pb 339 = S1) e P. lutzii em pacientes com PCM. Para isso, foram obtidos os antígenos cell free (CFA) de ambas as espécies, após repique do fungo no sétimo dia. Em seguida, o CFA foi fracionado, utilizando a cromatografia em coluna de Sephadex (G-150/120) para obtenção da fração de hMM. Posteriormente, foi realizada a análise por ensaio imunoenzimático (ELISA), com amostras de soros de pacientes com PCM (n=20) na diluição de 1/200, utilizando placas previamente sensibilizadas com antígeno (hMM de P. brasiliensis e P. lutzii). Os resultados obtidos em D.O. a 492 nm foram semelhantes entre a análise de IgG dos pacientes com PCM (média = 0,897475 para P. brasiliensis e média = 0,8541 para P. lutzii), também foram observados soros para controle negativo (n= 5) (média = 0,2296 para P. brasiliensis e média = 0,4342 para P. lutzii). O resultado da análise de correlação de Pearson evidenciou uma forte correlação (r≥ 0,75) entre os níveis de IgG a hMM de P. brasiliensis (Pb 339) e P. lutzii. Com base nos resultados pode-se concluir que apesar de serem espécies deferentes, apresentam antígenos semelhantes de hMM que são reconhecidos pelos anticorpos encontrados nos soros de pacientes.