XXI ALAM
Resumo:1376-1


Poster (Painel)
1376-1Ocorrência, resistência a antimicrobianos e características da virulência de estafilococos coagulase negativo portadores do gene mecA em queijo Minas Frescal
Autores:Cláudia Oliveira Fontes (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Vânia Lúcia da Silva (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Mayara Rodrigues Brandão de Paiva (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Rafaela Alvim Garcia (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Marina de Oliveira Fajardo (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Pedro Pôssa de Castro (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Suzane Fernandes da Silva (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Cláudio Galuppo Diniz (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora)

Resumo

Estafilococos coagulase-negativo (SCN), negligenciados como contaminantes de alimentos, vem ganhando importância na microbiologia médica como patógenos oportunistas eventualmente resistentes às drogas antimicrobianas. Neste estudo, perfis de susceptibilidade antimicrobiana, ocorrência do gene mecA e características associadas à virulência (atividade hemolítica, formação de biofilme e genes codificadores de enterotoxinas), foram avaliadas em SCN isolados de queijo Minas Frescal industrializados e comercializados em Juiz de Fora, MG, apresentando o Selo de Inspeção Federal Brasileiro (SIF). Um total de 227 amostras bacterianas foi obtido de 35 alíquotas de queijo de cinco lotes diferentes de sete marcas disponíveis no mercado varejista. As bactérias foram identificadas como SCN por métodos fisiológicos e PCR gênero específico. A susceptibilidade a antimicrobianos foi avaliada por diluição em ágar e o índice de multirresistência (MAR) foi determinado. A ocorrência dos genes mecA e de enterotoxinas foi avaliada por PCR. A atividade hemolítica e a produção de biofilme foram avaliadas pela absorbância de hemoglobina ou de cristal violeta em função da densidade celular, em sistemas experimentais. Resistência bacteriana foi observada contra a oxacilina (76,2%), penicilina (78,5%), gentamicina (47,2%), tetraciclina (14,7%), levofloxacina (14,2%), sulfametoxazol-trimetropim (11,9%) e cloranfenicol (2,9%). Todos os SCN foram sensíveis à vancomicina. Índice MAR > 0,2 foi observado para 80,6% dos microrganismos, variando entre 50% e 92,6% se considerado apenas os isolados de queijos de mesma marca. Dos SCN avaliados, 81,5% foram caracterizados como mecA+, e 76,2% foram fenotipicamente resistentes à oxacilina. Três amostras foram sea+; 29,5% foram positivos para o ensaio de produção de biofilme; e atividade hemolítica α ou β foi observada para 3 ou 5,2% dos microrganismos, respectivamente. No Brasil, não existe legislação que relacione risco sanitário e ocorrência de SCN em alimentos. Embora existam poucos relatos na literatura sobre avaliação desses parâmetros entre estas bactérias no queijo Minas Frescal, este estudo destaca a extensão do fenômeno da resistência a drogas a patógenos putativos negligenciados de origem alimentar, bem como riscos potenciais para a saúde pública relacionados ao consumo de alimentos contaminados, in natura.


Palavras-chave:  Resistência a antimicrobianos, Staphylococcus coagulase negativo, Queijo Minas frescal