Resumo

Proteases microbianas apresentam várias aplicações biotecnológicas, sendo consideradas as enzimas mais importantes na indústria atualmente. Três linhagens de Penicillium brevicompactum (C3, C4 e C5) foram isoladas com o objetivo de e avaliar o potencial proteolítico dos isolados, bem como determinar o efeito da temperatura e do pH dessas enzimas produzidas por fermentação submersa. Os isolados foram submetidos à fermentação submersa em meio líquido durante cinco dias. O extrato bruto foi recuperado por filtração a vácuo e inoculado em cup-plate no meio sólido suplementado com caseína. As placas foram incubadas por 48 horas. A atividade proteolítica foi determinada utilizando 150 µL do extrato bruto adicionados a 250 µL de azocazeína 1,0% em tampão Tris-HCl 0,1 M, pH 7,2 . A mistura reacional foi incubada por uma hora em ausência de luz. Em seguida, foram adicionados 1,2 mL de ácido tricloroacético 10% (p/v) e o resíduo remanescente foi removido por centrifugação (10000 rpm) por 10 minutos. Do sobrenadante foi retirado 0,8 mL e adicionado a 1,4 mL de hidróxido de sódio 1M. Para determinação do efeito da temperatura, a mistura reacional foi incubada a 25ºC, 37ºC, 40ºC e 60ºC. O pH ótimo foi determinado utilizando-se tampão citrato 0,1 M (pH 5 e 6), tampão fosfato 0,1 M (pH 6, 7 e 8) e tampão carbonato-bicarbonato de sódio 0,1 M (pH 9 e 10). Todos os isolados foram capazes de promover hidrólise da caseína, formando halo de 12 ± 0,17 mm (C3); 12 ± 0,00 mm (C4) e 14,5 ± 0,13 mm (C5). Em meio líquido, em média Penicillium brevicompactum C3 e C5 apresentaram atividade de protease igual a 27 U/mL. Enquanto o isolado C4 apresentou atividade proteolítica 90,74% inferior em comparação aos demais isolados. Os Penicillium avaliados produzem proteases ácida (C5) e alcalina (C3 e C4), cuja temperatura ótima de atividade dessas enzimas foram expressas a 60 ºC e 40 ºC, respectivamente. Apesar de se tratar de microrganismos da mesma espécie, as proteases se mostraram específicas aos isolados.