Resumo

Staphylococcus aureus está amplamente relacionado com infecções de pele e tecidos moles. A presença de fatores de virulência auxilia na invasão de um sítio estéril, proliferação e disseminação levando ao sucesso do processo infeccioso. O Objetivo do trabalho foi identificar o perfil de virulência, mediante a detecção dos genes codificadores das enterotoxinas (seb e sec-1), leucocidina Panton-Valentine (lukS-PV e lukF-PV), toxina da síndrome do choque tóxico (tst), biofilme (icaA e icaD), toxina esfoliativa A e B (eta e etb), hemolisina alfa e delta (hla e hld) em 50 isolados de S. aureus provenientes de pacientes do ambulatório de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Botucatu/SP. Os genes de virulência (seb, sec-1, lukPV, tst, icaA, icaD, eta, etb, hla e hld) foram detectados através da reação em cadeia da polimerase (PCR). Em relação aos genes codificadores das enterotoxinas, 20% foi positivo para seb e 18% para sec-1. O gene lukPV esteve presente em 20% e o gene tst não foi detectado nos isolados. Os genes relacionados com a produção do biofilme (icaA e icaD) foram detectados em, respectivamente, 4% e 94% dos isolados. O gene eta foi detectado apenas em uma amostra isolada de um paciente que apresentava impetigo bolhoso, provavelmente causado pela sua expressão, porém, o gene etb não foi detectado em nenhuma amostra. O gene hla foi encontrado em 90% e o gene hld em 88% dos isolados. Todos os genes lukPV encontrados foram detectados em isolados sensíveis a meticilina (MSSA), demonstrando que embora alguns autores tem relatado a presença mais frequente em MRSA, este trabalho sugere que primeiro o MSSA é infectado e lisogenizado pelo fago que carreia o gene lukPV e então adquire o gene mecA por transferência horizontal. A alta prevalência dos genes das hemolisinas demonstra sua importância em infecções de pele devido sua atividade dermonecrótica. O estudo dos fatores de virulência é importante, uma vez que, sua expressão leva a dificuldade no tratamento e consequentemente maior duração do processo infeccioso, onde o paciente se torna veículo de transmissão da bactéria.