XXI ALAM
Resumo:1346-3


Poster (Painel)
1346-3FERMENTAÇÃO DO GLICEROL POR Klebsiella pneumoniae GLC29 UTILIZANDO DIFERENTES FONTES DE NITROGÊNIO
Autores:Rafaela Teixeira Miranda (UNEB - Universidade do Estado da Bahia) ; Anailda Machado Santana (UNEB - Universidade do Estado da Bahia) ; Samuel de Carvalho Silva (UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana) ; Ana Paula Trovatti Uetanabaro (UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz) ; Gervásio Paulo da Silva (UNEB - Universidade do Estado da Bahia)

Resumo

O biodiesel, inserido na matriz energética brasileira com intuito de reduzir a dependência pelo petróleo, teve produção de aproximadamente 2,4 bilhões de litros em 2010. Como consequência dessa produção, o país produziu cerca de 240 milhões de litros de glicerol (10% v/v em relação ao biodiesel). O glicerol é um excelente substrato para microrganismos como Clostridium butyricum e Klebsiella pneumoniae, que convertem esse subproduto em 1,3-propanodiol (1,3-PDO), um monômero utilizado na produção do polipropileno tereftalato (PPT). O objetivo deste trabalho foi comparar a bioconversão do glicerol em 1,3-PDO por K. pneumoniae GLC29 utilizando diferentes fontes de nitrogênio, ou seja, sulfato de amônio e peptona, ambos a 1% (p/v), com fosfato de amônio monobásico (0,5% p/v), a fonte padrão utilizada. A fermentação foi conduzida em reatores de 2 L, contendo 500 mL de meio (g/L): (NH4)2SO4 10,0, Peptona 10,0, K2HPO4 1,0, MgSO4 · 7H2O 0,2, NaCl 1,0, extrato de levedura 1,0, e glicerol 49,0. O pH foi mantido em 7,0 pela adição automática de NaOH 5 M, a 35ºC e 150 rpm. O crescimento foi determinado por espectrofotometria a 600 nm, convertido para peso seco, o substrato residual e a concentração dos produtos da fermentação foram determinados por cromatografia a líquido de alta eficiência (HPLC equipado com detectores UV e RI, coluna Rezex ROA Organic Acids e eluente H2SO4 5 mM). O glicerol foi consumido em aproximadamente 14 h de fermentação no meio contendo sulfato de amônio, sendo produzido 2,43 g de células/L e 21,15 g de 1,3-PDO/L, com rendimento de 0,40 g/g e produtividade máxima de 2,30 g/L/h. No meio com o nutriente complexo, o glicerol foi consumido em cerca de 10 h, com a biomassa atingindo 2,35 g/L. A produção de 1,3-PDO foi 16,53 g/L, com rendimento de 0,34 g/g e produtividade máxima de 1,95 g/L/h. Observou-se nas fermentações com sulfato de amônio e peptona a produção respectiva de ácido lático (5,44 e 6,69 g/L), fórmico (5,36 e 9,07 g/L), acético (5,63 e 5,47 g/L), succínico (2,11 e 3,48 g/L) e etanol (4,41 e 8,66 g/L). Em comparação com meio contendo 0,5% de fosfato de amônio monobásico, a produção de biomassa foi 1,91 g/L, a concentração final de 1,3-PDO foi 22,7 g/L, com rendimento de 0,46 g/g e produtividade máxima 2,58 g/L/h. Considerando as diferentes fontes de nitrogênio, com sulfato de amônio houve uma redução de 6,82% na produção de 1,3-PDO, enquanto que com peptona, a redução foi de 27,18% em relação ao fosfato de amônio. Assim, a utilização de peptona, um nutriente de alto custo, é prejudicial a bioconversão do glicerol em 1,3-propanodiol por K. pneumoniae GLC29.


Palavras-chave:  Biodiesel, Fermentação, Fontes de nitrogênio, Glicerol, Peptona