XXI ALAM
Resumo:1336-2


Poster (Painel)
1336-2AVALIAÇÃO DA INIBIÇÃO DE Saccharomyces cerevisiae E Zymomonas mobilis POR COMPOSTOS PRODUZIDOS NO PRÉ-TRATAMENTO DE BIOMASSA LIGNOCELULÓSICA
Autores:Clarissa Brito Carvalho de Sá (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Thiago Lucas Abreu-lima (UFT - Universidade Federal do Tocantins / UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Irapuan Oliveira Pinheiro (UPE - Universidade de Pernambuco) ; Ana Maria Souto-maior (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)

Resumo

A primeira etapa da produção de etanol a partir de biomassa lignocelulósica (etanol de segunda geração) é o pré-tratamento da matéria-prima, onde, além da liberação de carboidratos, são formados compostos que podem inibir o microrganismo na etapa de fermentação. S. cerevisiae e Z. mobilis são candidatos naturais para desenvolvimento e utilização na produção de etanol de segunda geração. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos individuais e sinérgicos de inibidores sobre os rendimentos de etanol (YP/S) e de biomassa (YX/S) e as produtividades de etanol (QP) e de biomassa (QX ) de S. cerevisiae industrial e Z. mobilis ZAP. As fermentações foram conduzidas em meio à base de glicose (50 g L-1), sem e com inibidores (individualmente e em coquetel), a 35°C por 18 horas. As concentrações dos inibidores foram baseadas nas de hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana-de-açúcar, obtido por tratamento hidrotérmico (ácido acético, 3,2 g L-1; ácido fórmico, 0,6 g L-1; furfural, 0,7 g L-1; HMF, 0,6 g L-1; ácido gálico, 0,3 g L-1). Foram retiradas amostras no início e final das fermentações para análise das concentrações de biomassa, por peso seco (80°C, 24 horas), e de glicose, etanol e inibidores por cromatografia líquida de alta eficiência (Agilent 1100). Os parâmetros calculados foram comparados pelo método ANOVA, seguido pelo teste de Dunnett a 5% de significância. Para ambas as linhagens, os valores de YP/S e QP foram significativamente inferiores aos do controle (sem inibidor), para todos os inibidores adicionados individualmente. Os ácidos acético e fórmico apresentaram maior poder de inibição individual, tanto para S. cerevisiae (53% e 26%, respectivamente) como para Z. mobilis (93% e 73%, respectivamente). Ambos os microrganismos também sofreram redução nos parâmetros de crescimento (YX/S e QX), no entanto, S. cerevisiae foi capaz de utilizar completamente a glicose na presença dos inibidores individuais e, no caso do furfural, foi capaz de degradar totalmente o inibidor. Forte efeito sinérgico foi observado e o coquetel de inibidores inibiu completamente o crescimento de S. cerevisiae e de Z. mobilis. Pela maior tolerância e capacidade de degradar o furfural, a linhagem industrial de S. cerevisiae se mostrou uma melhor plataforma para melhoramento futuro por engenharia evolucionária e utilização em processos de segunda geração.


Palavras-chave:  Biomassa lignocelulósica, Fermentação, Inibidores, Saccharomyces cerevisiae, Zymomonas mobilis