XXI ALAM
Resumo:1334-1


Poster (Painel)
1334-1Frequência de isolados de Escherichia coli resistentes á antimicrobianos em fezes e carcaças suínas amostradas na etapa de pré-resfriamento
Autores:Caroline Pissetti (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Gabriela Orosco Werlang (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Luiza Letícia Biesus (EMBRAPA - Embrapa Suínos e Aves) ; Jalusa Deon Kich (EMBRAPA - Embrapa Suínos e Aves) ; Marisa Cardoso (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

A presença de perfis comuns de resistência a antimicrobianos em isolados de humanos e animais reforça a hipótese de que genes de resistência têm sido transferidos entre bactérias. Logo, a resistência microbiana tornou-se importante para a inocuidade dos alimentos e deve ser monitorada. O objetivo do estudo foi avaliar a resistência á antimicrobianos de Escherichia coli genérica, isolada de fezes e carcaças suínas. Dois ciclos de amostragem foram conduzidos em três matadouros-frigoríficos localizados no Estado de Santa Catarina. Em cada ciclo, fezes e suabes de superfície de 14 carcaças na etapa de pré-resfriamento foram amostrados em três lotes de suínos abatidos. Um grupo de 674 isolados de E. coli foi avaliado quanto à resistência á antimicrobianos pelo método de difusão em ágar, de acordo com Clinical and Laboratory Standards Institute (M31-A2). Foram testados oito antimicrobianos, de classes distintas, utilizados na suinocultura: tetraciclina (TE), ampicilina (AMP), sulfonamida (S3), florfenicol (FFC), ácido nalidíxico (NA), gentamicina (CN), ceftazidima (CAZ) e cefotaxima (CTX). Observou-se maior frequência de resistência em isolados de fezes do que nos originados de carcaças, com diferença significativa para tetraciclina (P<0,001), ampicilina (P<0,001) e sulfonamida (P=0,022). Entre os matadouros-frigoríficos, houve diferença na frequência de resistentes para florfenicol e gentamicina (P<0,05) entre os isolados de fezes, e para ácido nalidíxico, sulfonamida e tetraciclina (P<0,05) entre isolados de carcaça. Nenhum isolado resistente á cefotaxima foi encontrado. Foram identificados 27 perfis multi-resistentes distintos, sendo o perfil NA-AMP-S3-FFC-TE o mais prevalente em ambos os tipos de amostra. A elevada frequência de resistência á princípios ativos utilizados na suinocultura indica que houve pressão de seleção, provavelmente em decorrência do uso indiscriminado de antimicrobianos. Os isolados multi-resistentes foram mais frequentes nas fezes quando comparados com carcaças (P<0,001), sugerindo que possa haver seleção negativa de isolados resistentes ao longo do processo de abate. Com os resultados obtidos no presente estudo, conclui-se que maior atenção deve ser dispensada ao monitoramento da resistência antimicrobiana, além de alertar para a necessidade do uso prudente dos antimicrobianos na suinocultura.


Palavras-chave:  Doenças transmitidas por alimento, Resistência antimicrobiana, Suínos