Resumo

Atualmente para produção de etanol, a cana-de-açúcar é considerada cultura de destaque. Outras matérias-primas também podem ser utilizadas com este fim. Entre essas se destaca o sorgo sacarino, por se assemelhar a cana-de-açúcar quanto à fisiologia e característica tecnológicas. Desta forma o presente trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho da microbiota fermentativa no caldo extraído de dois genótipos de sorgo. O experimento foi instalado na FCAV-UNESP campus Jaboticabal-SP. O delineamento experimental foi o em parcelas subsubdivididas. O tratamento principal foi constituído de dois genótipos de sorgo, CVSW80007 (sacarino) e BRS610 (forrageiro); o tratamento secundário representado pelas duas épocas de colheita (90 e 150 dias após a semeadura); o tratamento terciário realizado nas diferentes etapas de avaliação da fermentação (pé-de-cuba, início e final). O caldo foi extraído em moenda e submetido ao processo de clarificação por defecação simples, filtrado, sendo o Brix ajustado, e o pH corrigido, resultando no mosto. Alíquotas de 250 mL de mosto foram submetidos à inoculação de levedura selecionada (PE2). No pé-de-cuba, início e final do processo fermentativo determinou-se a viabilidade celular, brotamento e viabilidade de brotos. Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo teste F, e as médias obtidas analisadas segundo teste de Tukey (5%). Para o tratamento em que avaliou-se a fermentação do genótipo BRS610 observou-se maior quantidade de células vivas em relação ao CVSW80007. Avaliando-se o efeito isolado de épocas, verificou-se que aos 150 dias após a semeadura houve maior viabilidade de células, entretanto, apresentou menor índice de brotamentos. Considerando-se o tempo de fermentação, o final do processo fermentativo resultou em menor quantidade de células vivas, em comparação com o pé-de-cuba e início. Estudando os efeitos de interação entre época e tempo de fermentação, houve maior viabilidade de células no final da fermentação para a segunda época, assim como maior índice de brotamentos para a primeira época no pé-de-cuba e início da fermentação. Conclui-se que o genótipo BRS610 promoveu melhores atividades fisiológicas da levedura, assim como o processamento do sorgo aos 150 dias após a semeadura, resultou em maior quantidade de células vivas.