Resumo

Devido à crescente demanda mundial por bioetanol, faz-se necessário novas tecnologias de produção objetivando melhorar a qualidade do produto, rendimento do processe e até redução de custos. A utilização de floculantes extraídos de vegetais no tratamento de caldo, pode reduzir custos de insumo, além de ser benéfico a produção de alcoóis num contexto orgânico. O presente trabalho teve por objetivo avaliar o impacto de mosto preparado a base de caldo de duas variedades de cana-de-açúcar, clarificado com extrato de folha e de semente de Moringa oleífera Lam, sobre a fisiologia da levedura ao longo do processo fermentativo. O experimento foi instalado no Laboratório de Tecnologia do Açúcar e do Álcool (FCAV⁄UNESP) na safra 2011⁄2012. O delineamento experimental foi em parcelas subdivididas, sendo o tratamento principal constituído por quatro diferentes agentes floculantes inseridos no momento da eliminação de impurezas do caldo de cana (polieletrólito sintético, 1,5 ppm, extrato de folha e extrato de semente de moringa, 1g⁄L, além de tratamento controle). O tratamento secundário constituiu-se nas etapas de desenvolvimento da fermentação (pé-de-cuba, início e final). Os parâmetros analisados foram viabilidade celular, brotamento e viabilidade de brotos das leveduras, além de teor alcoólico do vinho obtido. Os resultados obtidos foram avaliados segundo Teste F e as médias obtidas segundo teste de Tukey (5%) utilizando-se o programa ASSISTAT versão 7.6 beta. Observou-se que não houve diferença significativa entre os parâmetros analisados para os agentes floculantes. Entretanto verificou-se aumento do índice de brotamentos ao final da fermentação, fato associado a queda de açúcares do meio para menos de 6%, o qual favorece a multiplicação celular por respiração ao invés de fermentação. Conclui-se que os agentes floculantes obtidos a partir de extratos vegetais resultaram em processo fermentativo igual para os tratamentos convencionais.