XXI ALAM
Resumo:1247-1


Poster (Painel)
1247-1POTENCIAL APLICAÇÃO DE BACTÉRIAS REDUTORAS DE Hg (II) NO TRATAMENTO DE EFLUENTES CONTAMINADOS COM MERCÚRIO
Autores:Patricia Giovanella (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Alexandre Pereira Costa (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Naihana Schäffer (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Flávio Anastácio de Oliveira Camargo (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Fátima Menezes Bento (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

O mercúrio é um metal pesado extremamente tóxico que vem causando impactos negativos nos ecossistemas e na saúde do homem. Fontes antrópicas de mercúrio são as indústrias petroquímicas e de cloro/soda, equipamentos de medição, e a utilização do mercúrio na extração do ouro. Bactérias que possuem o operon mer reduzem enzimaticamente o Hg (II) para a forma volátil e menos tóxica de mercúrio Hg°. Deste modo, o estudo das interações Hg/micro-organismos/efluente pode ser a chave para a definição de alternativas viáveis e de baixo custo para a remediação de ambientes contaminados por este metal. Assim, os objetivos do presente estudo foram: isolar bactérias resistentes ao mercúrio; determinar as concentrações inibitórias e biocidas de Hg (II); estimar a capacidade de volatilização de mercúrio pelos micro-organismos em meio de cultura e das bactérias U6 e U21 em efluente de uma estação de tratamento de resíduos líquidos. Os micro-organismos foram isolados de águas residuárias contaminadas com cromo. As concentração inibitórias e biocidas foram avaliadas em meio de cultura Luria Bertani (LB) contendo mercúrio na forma de HgCl2 nas concentrações 25 a 240 mgL-1. Para determinar a capacidade de volatilização de Hg pelos isolados, os micro-organismos foram incubados por 24h em meio LB e 48h em efluente com 0,015M de tampão fosfato e sem tampão, adicionados de 2 mgL-1 de HgCl2, a 30ºC sob agitação de 180 RPM. Posteriormente, o mercúrio remanescente foi quantificado por espectrofotometria de absorção atômica a 253,7 nm. Foram isoladas nove bactérias Gram-negativas, sendo que as doses letais ficaram entre 100 e 220 mgL-1 de HgCl2. Em meio de cultura LB-Hg, os isolados U6 e U21 volatilizaram 88 e 96% do mercúrio. Quando cultivados em efluente-Hg com a adição de tampão fosfato (0,015M), o pH se manteve em 7,9 e os micro-organismos apresentaram resposta de 60,7% (U6) e 48,7% (U21) na volatilização do Hg. A redução na capacidade de volatilização pode estar relacionada ao alto pH, a presença de elementos tóxicos no efluente ou ainda a competição dos isolados com a microbiota autóctone. Portanto, ensaios com número maior de células microbianas e tempo de incubação, identificação desses micro-organismos e utilização de outros efluentes são necessários, para considerar a aplicabilidade das bactérias U6 e U21 no tratamento de efluentes contaminados com mercúrio.


Palavras-chave:  Mercúrio, biotransformação, efluente