XXI ALAM
Resumo:1232-1


Poster (Painel)
1232-1Fatores relacionados à virulência de cepas clínicas e ambientais pertencentes ao complexo C. neoformans
Autores:Maria Cecília Pereira Soares (FMUSP - Faculdade de Medicina da USP / ICB-USP - Instituto de Ciências Biomédicas da USP) ; Pedro Henrique Magalhães Cardoso (ICB-USP - Instituto de Ciências Biomédicas da USP) ; Diana Nascimento (ICB-USP - Instituto de Ciências Biomédicas da USP) ; Wanderson Stevinato (ICB-USP - Instituto de Ciências Biomédicas da USP) ; Claudete Rodrigues Paula (ICB-USP - Instituto de Ciências Biomédicas da USP)

Resumo

Fatores de virulência podem ser definidos como um conjunto de características do microrganismo que contribuem para aumento do grau de sua patogenicidade, pois auxiliam na aderência, na colonização, disseminação e habilidade do fungo de escapar da resposta imune do hospedeiro. Dentre os fatores de virulência já conhecidos para o complexo C. neoformans encontram-se: habilidade de crescer à temperatura do hospedeiro (37° C), formação de pigmentos melanínicos e produção de exoenzimas como fosfolipases e proteases. Cepas clínicas (40) e ambientais (44) pertencentes ao acervo de amostras do Laboratório de Leveduras Patogênicas do ICB-USP, foram estudadas quanto aos fatores de virulência acima citados. Tanto cepas clínicas quanto ambientais (100%) cresceram em meio contendo ágar Sabouraud dextrose e incubados à 37º C, assim como em meio contendo dopamina, as quais apresentaram cor da colônia de amarronzada a enegrecida, tipicamente atribuídas ao complexo C. neoformans. Quando pesquisada a produção da proteinase, observou-se índice fortemente positivo em cepas reidentificadas como C. gattii (tanto clínicas como ambientais). Quanto à fosfolipase, observou-se índice positivo ou fortemente positivo tanto em cepas reidentificadas como C. gattii (100%) quanto em cepas C. neoformans (92 e 52% - clínicas e ambientais respectivamente). A produção de melanina tem sido relatada como um importante fator de virulência, e nossos resultados corroboram com os achados e com os experimentos que de praxe são realizados pela comunidade científica para identificação desta levedura. A fosfolipase foi produzida em grande quantidade pelas cepas clínicas e ambientais e vale afirmar que esta pode ser a mais importante na patogênese da criptococose, pois em cepas clínicas a porcentagem do índice fortemente positivo foi maior. Para C. neoformans e C. gattii existem várias evidências de que a cápsula seja um fator chave na virulência deste agente; verifica-se portanto a importância de no presente estudo observar e comparar a espessura capsular de ambos os isolados, além de realizar estudos de sensibilidade a antifúngicos destes microrganismos, acoplados a detalhamentos moleculares, que poderão caracterizar ainda mais estas leveduras diante do reconhecimento de sua importância, que poderão levar a uma melhor compreensão de sua epidemiologia, estrutura e evolução.


Palavras-chave:  C. neoformans, C. gattii, Fatores de virulência, Fosfolipase, Proteinase