XXI ALAM
Resumo:1226-1


Prêmio
1226-1Análise da região variável de integron de classe 1 em isolados ambientais de Escherichia coli resistentes a antimicrobianos
Autores:Natália Canal (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Karine Lena Meneghetti (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Marina da Rosa Bastos (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Clara Ponzi (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Letícia Muner Otton (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Gertrudes Corção (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

Bactérias fecais resistentes a antimicrobianos como Escherichia coli podem ser selecionadas no trato gastrointestinal através do uso de antimicrobianos de forma indiscriminada ou incorreta e, podem ser inseridas no ambiente aquático através do lançamento de efluentes não tratados. Sabe-se que a multiresistência a antimicrobianos em micro-organismos entéricos está associada à presença de integrons. Integrons são elementos genéticos móveis capazes de integrar e expressar cassetes gênicos. Integrons de classe 1 apresentam em sua estrutura uma região variável na qual podem ser inseridos genes de resistência a antimicrobianos. Estudos que investigam a resistência a antimicrobianos em ecossistemas naturais são de grande importância para apontar reservatórios ambientais e entendimento de rotas de disseminação de micro-organismos resistentes. O objetivo deste estudo foi analisar e relacionar os genes presentes na região variável de integron de classe 1 em isolados de E.coli resistentes a antimicrobianos com o perfil de susceptibilidade a antimicrobianos. Nesse estudo foram utilizados 30 isolados de E.coli resistentes a antimicrobianos provenientes de amostras de água da Lagoa dos Patos. A região variável de integron de classe 1 foi amplificada por PCR utilizando-se os oligonucleotídeos para os segmentos conservados de integron de classe 1 (5 CS’/ 3 CS'). Os produtos amplificados foram purificados e enviados para o seqüenciamento e a as seqüências foram comparadas com banco de dados. Os tamanhos dos fragmentos amplificados variaram de 988 pb a 1823 pb. Foi verificado que as regiões variáveis apresentam genes para aminoglicosídeo adeniltransferase (aadA1, aadA4, aadA22) que confere resistência a amicacina, estreptomicina e espectinomicina, além de diidrofolato redutase (dfrA17, dfrA12, dfrA1) que codifica a resistência ao trimetoprim. Estes resultados concordam com o perfil de susceptibilidade a antimicrobianos dos isolados. Não foram observados genes de resistência a beta-lactâmicos, norfloxacina, cloranfenicol e a tetraciclina na região variável de integron de classe o que sugere que provavelmente estes genes não estão localizados em integrons ou que outros mecanismos de resistência a antimicrobianos estejam presentes nos isolados. Através dos resultados obtidos pode se concluir que os genes presentes na região variável de integron de classe 1 estão colaborando para o fenótipo de multiresistência a antimicrobianos observado nestes isolados. Apoio: CAPES; CNPq


Palavras-chave:  integron, Escherichia coli, resistência, antimicrobianos