Resumo

Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença de distribuição mundial, causada pelo Mycobacterium tuberculosis. A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e sua disseminação mundial, alterou as expectativa de erradicação da TB, sendo um dos principais fatores de risco para sua ocorrência e de outras doenças oportunistas. O presente estudo teve como objetivo estimar a prevalência e caracterizar o perfil epidemiológico da população coinfectada TB/HIV, de pacientes atendidos pelo Centro de Laboratório Regional – Núcleo de Ciências Biomédicas - Instituto Adolfo Lutz de Presidente Prudente V (CLR–NCB–IAL-P V), no período de 3 anos. Material e Métodos: O estudo retrospectivo foi realizado através da análise de dados e resultados de exames de pacientes atendidos na área de abrangência do CLR–NCB–IAL-PP-V, obtidos através do Sistema de Informatização e Gestão Hospitalar (SIGH) e fichas arquivo de pacientes com sorologia para HIV reagente, pertencentes a este centro, no período junho de 2008 a junho de 2011. Resultados: Todos os exames realizados para baciloscopia e cultura atenderam as técnicas preconizadas pelo Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da Tuberculose e outras Micobactérias. Os exames de HIV atenderam as normativas das Portarias M.S. 59/2001 e 151/2009. A análise estatística aplicada a este estudo foi a descritiva. Registrou-se no período estudado, um total de 447 novos casos de tuberculose. Dentre este total de novos casos, identificou-se 43 (9,62%) casos de coinfecção TB/HIV; 277 (61,97%) soronegativos e 127 (28,41%) com condição sorológica desconhecida. A população masculina, privada de liberdade ou exposta, foi a mais afetada independente da condição sorológica. A faixa etária que apresentou maior incidência de coinfecção TB/HIV foi o grupo com idade entre 21 a 40 anos, com 31 (72,09%) dos casos em relação a 12 (27,91%) com faixa etária entre 41 a 60 anos. Observou-se que dentro das faixas etárias analisadas, a população masculina privada de liberdade foi predominante, com 33 (76,74%). A forma clínica mais freqüente da tuberculose foi a pulmonar com 99,33%. Conclusão: Conclui-se que há necessidade de uma vigilância mais efetiva, melhoria e suplementação de ações de controle destes agravos, visto que são infecções de grande importância em saúde publica, principalmente em populações privada de liberdade.