XXI ALAM
Resumo:1214-1


Poster (Painel)
1214-1ESTUDO PRELIMINAR DA DESCOLORAÇÃO DE VINHAÇA DE CANA DE AÇÚCAR POR FUNGOS BASIDIOMICETOS
Autores:Thiago Teodoro Santana (UNIPAR - Universidade Paranaense) ; Josué José Silva (UNIPAR - Universidade Paranaense) ; Fernando Gomes Barcellos (UNIPAR - Universidade Paranaense) ; Giani Andrea Linde (UNIPAR - Universidade Paranaense) ; Nelson Barros Colauto (UNIPAR - Universidade Paranaense) ; Juliana Silveira do Valle (UNIPAR - Universidade Paranaense)

Resumo

Melanoidinas são biopolímeros presentes nos efluentes de destilarias que utilizam melaço como fonte de carbono. São formadas por reações não enzimáticas entre aminoácidos e substâncias orgânicas denominadas reações de Maillard. A vinhaça gerada durante a produção de etanol é caracterizada por cor marrom devido ao seu teor de melanoidinas, além de ser rica em matéria orgânica, compostos fenólicos recalcitrantes e baixo pH. Cada litro de etanol produzido resulta em 8-15 litros de vinhaça e o manejo inadequado desse resíduo pode afetar a qualidade da água e do solo. Métodos de biodegradação são alternativas para descoloração da vinhaça, pois envolvem processos de custos reduzidos e ambientalmente corretos. Basidiomicetos produzem várias enzimas capazes de quebrar uma grande quantidade de ligações químicas diferentes, demonstrando potencial para mineralizar e descolorir a vinhaça. Nesse trabalho avaliamos o potencial de fungos basidiomicetos na descoloração de vinhaça. Quatro linhagens de fungos (Pleurotus ostreatus U6/9, P. florida U6/10, P. eryngii U8/11 e Agaricus sp U9/1) foram cultivadas em vinhaça pura (pH 6,0) para avaliação da sua capacidade de descoloração do substrato. Após esterilização da vinhaça três discos de ágar extrato de malte contendo micélio foram utilizados como inóculo e os frascos foram mantidos a 28 ºC por 15 dias. Os tratamentos foram feitos em triplicata e a descoloração foi acompanhada através da leitura da absorbância a 475 nm. Os resultados foram avaliados utilizando-se análise de variância e as diferenças significativas determinadas pelo teste de Tukey. Todos os microrganismos analisados produziram descoloração ao final de 15 dias sendo Agaricus sp o mais eficiente com 62% de descoloração, seguido por Pleurotus ostreatus (47%), P. eryngii (43%) e P. florida (39%). Esses resultados indicam que Agaricus sp é um potencial agente para degradação de compostos orgânicos e aromáticos. Entretanto, fungos do gênero Pleurotus são reconhecidamente bons degradadores de resíduos recalcitrantes, especialmente devido à produção de enzimas ligninolíticas como a lacase e manganês peroxidase. Nossos resultados são preliminares e ajustes nas condições de cultivo, como adição de nutrientes à vinhaça e sua diluição, poderiam contribuir para a melhora da atividade enzimática dos fungos e consequente aumento da descoloração das melanoidinas.


Palavras-chave:  Melanoidina, Pleurotus ostreatus, Pleurotus eryngii, Agaricus sp, Biodegradação