Resumo

Os combustíveis fósseis ainda são as fontes de energia mais utilizadas pela indústria mundial desde o século XIX. O óleo diesel um dos principais produtos do refino do petróleo tem uma grande importância na indústria por ser combustível para veículos e máquinas de grande porte. Porém trata-se de um produto perigoso, acidentes causados desde sua produção até o seu transporte tem sido um problema que afeta o homem e o meio ambiente. No Brasil, as regiões costeiras são as que mais sofrem impactos porque seu transporte ocorre principalmente por via marítima. Técnicas biotecnológicas são alternativas que estão em crescente utilização principalmente pelo baixo custo agregado. Este trabalho tem como objetivo avaliar o potencial degradativo de uma linhagem de Penicillium oxalicum frente a compostos alifáticos constituintes do óleo diesel. A linhagem fúngica utilizada nos ensaios foi isolada da água do mar localizada no Terminal Portuário de Suape-PE, previamente selecionada com potencialidade de degradar hidrocarbonetos por teste qualitativo, o fungo filamentoso foi identificado como Penicillium oxalicum. Foi executado um ensaio de aclimatação da linhagem em frascos de Erlenmeyer de 250 mL, contendo meio mineral, um inóculo de dois discos de gelose (ø=6mm) com crescimento fúngico e acrescido concentrações crescentes (1%, 3% e 5%) de óleo diesel e mantidos em condições estáticas e temperatura ambiente. A degradação dos hidrocarbonetos constituintes do óleo diesel foi constatada a por análise cromatográfica (CG-MS) e observadas pela diminuição da área dos compostos em função do seu tempo de retenção. O fungo testado na concentração de 3% da fonte oleosa apresentou degradação acima de 90% em todos os constituintes da fração estudada chegando a 100% de degradação do Nonano. A linhagem na concentração de 5% apresentou ainda, potencial degradador dos compostos estudados com um percentual médio de 28%. O decréscimo na degradação efetiva da concentração de 3% para 5% pode ser ocasionada pelo aumento da toxicidade causada pelos compostos secundários gerados pela degradação de hidrocarbonetos de cadeias maiores. O fungo Penicillium oxalicum apresentou potencial para degradar os compostos alifáticos do óleo diesel, podendo ser utilizado no tratamento de áreas impactadas por óleo diesel e outros derivados de petróleo.