XXI ALAM
Resumo:1167-2


Poster (Painel)
1167-2Desenvolvimento de modelo murino de criptococose disseminada causada por Cryptococcus gattii
Autores:Julliana Ribeiro Alves dos Santos (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Rodrigo Assunção de Holanda (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Maira Juliana de Andrade Ribeiro (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Marliete Carvalho da Costa (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Talita Raissa Silva dos Santos (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Maria Aparecida de Resende-stoianoff (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Gerson Antônio Pianetti (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Isabela da Costa César (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Daniel de Assis Santos (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

Cryptococcus gattii é o principal agente da criptococose em indivíduos hígidos. As lesões pulmonares e no sistema nervoso central (SNC) são comumente letais na ausência ou falha terapêutica. Devido à emergência deste micro-organismo como patógeno primário humano, este trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de um modelo murino de doença disseminada causada por C. gattii por meio de infecção intratraqueal. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em experimentação animal da UFMG. Camundongos da linhagem C57BL/6, machos, com idade entre 6 e 8 semanas foram separados em 3 grupos (A, B, C). Um isolado clínico de C. gattii da coleção de culturas do Laboratório de Micologia da UFMG foi utilizado para preparo dos inóculos: 1x106 (A), 1x107 (B) e 5x107 (C) células/ animal. Os camundongos foram anestesiados e desafiados, por via intratraqueal, com 30 µL da suspensão fúngica. Estes foram pesados e monitorados diariamente quanto aos sinais de morbidade até sucumbirem. Pulmão, baço e cérebro foram processados para contagem de unidades formadoras de colônia (UFC). Os grupos apresentaram diferentes perfis de morbidade, dependendo do inóculo utilizado. Os animais dos grupos A, B e C apresentaram perda de peso após 8; 6 e 2 dias, respectivamente, com uma redução de até 36% do peso inicial. A intensidade dos sinais de dispnéia, piloereção e encurvamento dorsal foram proporcionais aos inóculos testados (AB>C), com diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. A contagem de UFC/ g de órgão revelou uma maior carga fúngica no pulmão e disseminação para os outros órgãos analisados com diferenças estatísticas entre os tecidos do mesmo grupo. As UFCs no baço e no cérebro foram inversamente proporcionais aos inóculos testados (A>B>C), possivelmente, devido à maior sobrevida dos grupos que receberam os menores inóculos (A e B), o que pode ter facilitado a disseminação do fungo pelo organismo. Este modelo experimental se mostrou adequado para avaliação da criptococose disseminada, uma vez que mimetiza o curso natural da doença, com infecção pulmonar e tropismo do fungo pelo sistema nervoso central. Desta forma, servirá como ferramenta para estudos da patogênese da criptococose e alternativas de terapias anticriptococócicas.


Palavras-chave:  Cryptococcus gattii, modelo murino, pulmão, SNC