XXI ALAM
Resumo:1167-1


Poster (Painel)
1167-1Envolvimento do estresse oxidativo na ação do itraconazol frente ao fungo Cryptococcus gattii
Autores:Gabriella Freitas Ferreira (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais / UNIVALE - Universidade Vale do Rio Doce) ; Ludmila de Matos Baltazar (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Julliana Ribeiro Alves dos Santos (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Ludmila Ferreira Gouveia (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Hellem Cristina Silva Carneiro (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Andrea de Souza Monteiro (UNIVALE - Universidade Vale do Rio Doce) ; Lúcia Alves de Oliveira Fraga (UNIVALE - Universidade Vale do Rio Doce) ; Daniel de Assis Santos (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

Cryptococcus gattii é um fungo patogênico capaz de invadir os pulmões e se disseminar em indivíduos imunocompetentes, acometendo o sistema nervoso central, causando a criptococose. Os azóis são drogas muito utilizadas para tratar infecções causadas por C. gattii, sendo que os principais representantes são o fluconazol e o itraconazol, que agem inibindo a via biossintética do ergosterol, interferindo na fluidez e estabilidade da membrana. No entanto, alguns estudos sugerem que espécies reativas do oxigênio (ROS) podem ter um papel no mecanismo antifúngico de alguns azóis, como o miconazol. Frente ao estresse oxidativo, C. gattii gera uma resposta do seu sistema de defesa, com o aumento da expressão de enzimas neutralizadoras, tendo como conseqüência a peroxidação lipídica. Diante desse contexto, o presente trabalho objetivou avaliar a atividade das enzimas superóxidodismutase (SOD) e peroxidase de C. gattii após o tratamento com fluconazol e itraconazol, além da peroxidação lipídica. A metodologia consistiu em: determinação da concentração inibitória mínima (CIM) da cepa C. gattii ATCC 32068 frente ao fluconazol e ao itraconazol; mensuração da atividade das enzimas peroxidase e SOD respectivamente pela formação do tetraguaiacol e inibição da auto-oxidação do pirogalol, na presença e na ausência dos seqüestradores de ROS DECT e 3-AT; e avaliação da peroxidação pelo método do ácido tiobarbitúrico. Os resultados encontrados demonstram que os tratamentos com o fluconazol e o itraconazol promovem o aumento significativo da atividade da enzima superoxidodismutase em relação ao controle, mas apenas o itraconazol leva ao aumento da atividade da enzima peroxidase. Quando se adicionou o 3AT na cultura suplementada com o itraconazol não houve alteração significativa no MIC, mas ocorreu uma diminuição da atividade da peroxidase em relação ao tratamento com o itraconazol. Além do mais, foi observado um aumento da peroxidação lipídica quando o fungo foi tratado com itraconazol, mas não se observou o mesmo resultado para o fluconazol. Os dados demonstram que o itraconazol gera um aumento do estresse oxidativo com uma regulação positiva do sistema antioxidante do C. gattii, de modo a sugerir que as espécies reativas do oxigênio permeiam o mecanismo antifúngico do itraconazol frente ao C. gattii.


Palavras-chave:  Cryptococcus gattii, ROS, itraconazol, fluconazol