XXI ALAM
Resumo:1150-2


Poster (Painel)
1150-2PERFIL DE VIRULÊNCIA DE AMOSTRAS DE Escherichia coli RESISTENTES A ANTIMICROBIANOS ISOLADAS DE INFECÇÕES HUMANAS NO BRASIL
Autores:Maria Cecilia Cergole-novella (UNIFESP - Disc Microbiologia, Universidade Federal de São Paulo) ; Antonio C C Pignatari (UNIFESP - Div Doenças Infecciosas, Universidade Federal de São Paulo) ; Beatriz E C Guth (UNIFESP - Disc Microbiologia, Universidade Federal de São Paulo)

Resumo

Amostras de Escherichia coli resistentes a antimicrobianos são comumente isoladas de infecções comunitárias e hospitalares. A presença de marcadores de virulência e multiresistência a antimicrobianos pode ter importante papel no desenvolvimento da infecção. O objetivo do presente estudo foi investigar a distribuição de genes de virulência em 12 amostras de E. coli que apresentaram diferentes perfis de resistência a antimicrobianos pertencentes a diferentes sorotipos e isoladas principalmente de bacteremia. Sequências genéticas relacionadas a vários fatores de virulência, tais como adesinas, toxinas, sideróforos, protectinas, invasinas e proteínas autotransportadoras foram investigadas por PCR. Sete diferentes perfis de virulência foram identificados entre as amostras estudadas. De modo geral, os genes fimH, iutA-spates, kpsMTII, vat-iha, papC e cnf1-hlyA foram identificados em 100%, 50%, 41,7%, 25%, 16,7% e 8,3% das amostras, respectivamente. As sequências csgA e crl relacionadas a formação de biofilme foram identificadas em todas as 12 amostras de E. coli estudadas. Em três (25%) destas amostras a expressão de curli foi identificada após crescimento em Agar com vermelho Congo. Contudo, nenhuma das amostras de E. coli curli positiva produziu celulose em meio contendo calcofluor, porém produção de celulose foi identificada somente em uma das amostra curli e biofilme negativo. A habilidade das amostras em aderir as células HeLa, CaCo-2 e HK-2 bem como de invadir células CaCo-2 foi também analisada. A maioria (67%) das amostras de E. coli apresentou aderência a pelo menos uma das células epiteliais estudadas, sendo que cinco das sete amostras que aderiram as células HK-2 apresentaram uma aderência do tipo agregativa. Por outro lado, um baixo índice de invasão às células CaCo-2 (0 a 3,2%) foi identificado. Em conclusão, os resultados obtidos demonstram que amostras de E. coli resistentes a antimicrobianos e isoladas, em sua maioria, de casos de bacteremia carregam uma variedade de marcadores de virulência e são capazes de aderir a diferentes tipos de células epiteliais, características estas que podem ter contribuído para o desenvolvimento da infecção. Além disso, foi interessante também observar que para algumas das amostras de E. coli estudadas a aquisição de genes de resistência refletiu sobre menor virulência bacteriana, e o contrário também foi observado.


Palavras-chave:  E. coli, bacteremia, resistencia, virulencia, interação células