Resumo

O gênero Aeromonas vem sendo visto e reconhecido como importante patógeno associado a infecções humanas, tanto intestinais como não intestinais. Se apresenta como bacilo gram-negativo móvel e anaeróbio facultativo. Este estudo teve o objetivo de detectar a prevalência de Aeromonas spp. em pacientes hospitalizados e ambulatoriais em postos e hospitais da rede pública no Estado de São Paulo. Sua presença no Brasil está documentada, mas a grande maioria dos trabalhos foram feitos em amostras potencialmente patogênicas. Não se conhece sua prevalência e incidência em amostras ambulatoriais e sítios distintos. Nos testes de triagem inicial com a utilização do meio Rugai, a diferenciação dos gêneros Escherichia e Aeromonas não é fácil e requer testes complementares. Analisamos 1015 amostras de dois diferentes sítios de coleta. Todas apresentavam no teste de triagem características e provas compatíveis com Escherichia coli. A saber: 728 amostras de urina, sendo 708 de origem ambulatorial e 20 hospitalares e 287 amostras de fezes onde, 261 foram amostras ambulatoriais e 26 hospitalares. Das amostras de fezes, tanto ambulatoriais quanto hospitalares, não houve nenhuma amostras com características diarréicas. Para amostras urinárias no sexo feminino tivemos 669 amostras e no sexo masculino tivemos 59 amostras. Para as amostras de fezes foram 116 amostras para o sexo masculino com 17 amostras com idade abaixo de 5 anos. Acima de 5 anos a idade variou de 7 a 83 anos. No sexo feminino tivemos 145 amostras com 13 amostras com idade inferior a 5 anos. Foram analisados os crescimentos primários das semeaduras iniciais em Agar chromogênico geral (PROBAC) para urina, Makconkey e Agar Sangue (PROBAC) para amostras de sangue para amostras de fezes. Colônias suspeitas foram submetidas a testes de triagem com meio Rugai (NEWPROV), teste de Indol, prova de oxidase (PROBAC). Das 1015 amostras analisadas não tivemos nenhuma identificação positiva para o agente procurado e na identificação final o patógeno prevalente foi Escherichia coli com 100% dos achados. Acreditamos que tal fato ocorreu, por se tratar na sua maioria, de amostras ambulatoriais e no caso das amostras de fezes não se tratavam de amostras suspeitas diarréicas. Isto vem de encontro com os dados encontrados na literatura onde amostras consideradas normais e de procedência ambulatorial não apresentam positividade. Concluímos que nas 261 amostras de fezes ambulatoriais e hospitalares não diarréicas não houve incidência de Aeromonas spp. Também não houve incidência do agente nas amostras de urina estudadas. Esse estudo demonstra que, para amostras urinárias e de fezes de origem ambulatorial sem sintomatologia, a incidência do gênero Aeromonas é baixa ou inexistente.