Resumo

A água utilizada para a irrigação em hortas, quando não tratada, pode se tornar veículo de patógenos, transmitindo doenças. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade microbiológica da água destinada à irrigação de três hortas do município de Sete lagoas, MG, que utilizam água de poços artesianos, sendo que uma das hortas (H1) recebe tratamento do órgão municipal de saneamento e as outras duas não recebem nenhum tipo de tratamento (H2 e H3). Foram analisadas duas amostras de água de cada horta, coletadas em diferentes poços (P1 e P2). Para a análise microbiológica foi utilizada a técnica de quantificação de coliformes totais e termotolerantes, realizando-se os testes presuntivo (em caldo lactose), confirmativo (caldo bile verde brilhante) e de coliformes termotolerantes (caldo E. coli) em três diluições (1:1, 1:10 e 1:100) e 5 repetições. Para a determinação do número de coliformes foi utilizada a tabela de NMP. Os valores de pH da água das amostras coletadas variaram de 7,55 a 8,07. Considerando tanto a contagem de coliformes totais quanto a de termotolerantes, para H1 os valores foram <2 células por 100ml de água tanto para P1 quanto para P2. Para H2 os valores de coliformes totais foram de 300 e 140 células por 100 ml para P1 e P2, respectivamente, enquanto que os valores de coliformes termotolerantes foram de 17 e 2 células por 100 ml para P1 e P2, respectivamente. Para H3 os valores de coliformes totais foram ≥ 1600 e de 1600 células por 100 ml para P1 e P2, respectivamente, enquanto que os valores de coliformes termotolerantes foram de 30 e 50 células por 100 ml para P1 e P2, respectivamente. Como o esperado, a água da horta que recebe tratamento sanitário em seus poços (H1) não apresentou quantidade detectável de coliformes totais ou termotolerantes. Já as hortas que não recebem tratamento (H2 e H3) apresentaram coliformes, sendo que H3 apresentou quantidades muito mais elevadas do que H2. Esta diferença entre H2 e H3 pode indicar uma possível contaminação dos poços de H3. Estudos mais detalhados serão realizados para verificar a origem desta possível contaminação, assim como a presença de micro-organismos patogênicos e a necessidade de tratamento sanitário nas hortas que ainda não recebem saneamento.