XXI ALAM
Resumo:1116-1


Poster (Painel)
1116-1Prevalência e perfil epidemiológico da infecção por clamídia em população feminina atendida em clínica de planejamento familiar e ambulatório de DST no estado do Pará
Autores:Danielle Brasiliense (IEC - Instituto Evandro Chagas) ; Katia Santiago (FSCMPA - Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará) ; Roberta Sodré (FSCMPA - Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará) ; Maria da Paz Mesquita (IEC - Instituto Evandro Chagas) ; Joyce Nogueira (IEC - Instituto Evandro Chagas) ; Joana Favacho (IEC - Instituto Evandro Chagas)

Resumo

Introdução:Chlamydia trachomatis é um importante agente de endocervicite em mulheres sexualmente ativas, afetando principalmente a população jovem. A infecção pode ser assintomática, dificultando o correto diagnóstico, contribuindo para a disseminação entre os parceiros sexuais. Nas mulheres, pode ascender ao trato genital superior e evoluir para sérias complicações como DIP, esterilidade e gravidez ectópica, gerando altos custos financeiros e psicossociais. Desta forma, é necessário conhecer o perfil da infecção por clamídia e continuar buscando novos elementos que permitam melhorar o seu diagnóstico. Assim, o objetivo deste estudo é estimar a prevalência da infecção por clamídia em população feminina sintomática ou não e caracterizar comportamentos de risco pela avaliação de dados epidemiológicos. MATERIAIS E MÉTODOS: No período de março a julho de 2012, foram estudadas 32 mulheres, atendidas por demanda espontânea no serviço de planejamento familiar da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará e no ambulatório de DST do Instituto Evandro Chagas, localizados nos municípios de Belém e Ananindeua-Pará, respectivamente. Foi realizada coleta de raspado endocervical e avaliada por imunofluorescência direta (IFD) e aplicado questionário clínico-epidemiológico. Os dados foram organizados em variáveis e analisados mediante estatística descritiva por meio de frequência simples (%). DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Dezesseis das 32 pacientes foram positivas para C. trachomatis, revelando alta prevalência (50%). As pacientes pertenciam a uma faixa etária de 13 a 43 anos, com idade média de 25 anos, sendo a faixa etária mais acometida de 20 a 25 anos, corroborando a literatura que destaca a infecção na população jovem. Quanto ao estado marital, 56,2% das mulheres infectadas eram casadas e 81,2% relataram apenas um parceiro sexual nos últimos doze meses, divergindo de outros estudos que apontam maior prevalência entre mulheres sem parceiro fixo e/ou com multiplicidade de parceiros. Foram consideradas sintomáticas 62,5% das mulheres com infecção por C. trachomatis, sendo a principal queixa dor pélvica, seguida da presença de cervicite e secreção vaginal. 37,5% das pacientes não apresentaram qualquer sintoma para infecção clamidiana. O principal fator de risco associado foi o uso inconsistente de preservativo, relatado por 81,2% das pacientes. CONCLUSÃO: A alta prevalência de C. trachomatis observada, assim como a frequência de casos assintomáticos reforça a necessidade de se ampliar estudos desta natureza a fim de se conhecer melhor o perfil desta infecção e propor estratégias para seu controle, bem como avaliar a viabilidade da implementação de sistemas de rastreamento para diagnóstico de C. trachomatis em população de alto risco.


Palavras-chave:  Chlamydia trachomatis, cervicite, IFD