Resumo

Mastite é a inflamação do parênquima da glândula mamária e dentre as enfermidades que acometem os bovinos, é reconhecida mundialmente como a doença mais comum e com maiores custos econômicos. Caracteriza-se por alteração da composição física e química do leite e alterações patológicas no tecido glandular. No entanto,os produtores não se dá conta das grandes perdas, visto que esta patologia raramente causa mortalidade. As infecções por Mycoplasma sp em animais de produção, possuem importância histórica e persistem interferindo na produtividade pecuária. Esses microrganismos estão associados a diversas doenças, cujos sinais clínicos podem ser na forma aguda ou crônica. Objetivou-se diagnosticar a mastite bovina causada por Mycoplasma sp na bacia leiteira do estado de Alagoas. Estudou-se sete propriedades localizadas nos municípios de Batalha, Major Isidoro, Monteirópoles, Jaramataia, Craíbas, Jacaré dos Homens e Olho D’água das Flores. Foram avaliadas através do exame clínico e por California Mastits Test (CMT), para mastite clínica e subclínica, respectivamente, 145 vacas em diferentes estágios de lactação, mestiças e de várias idades. As amostras de leite dos quartos mamários positivos para mastite clínica e subclínica foram colhidos para realização da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para detecção do DNA de Mycoplasma sp, com os oligonucleotídeos MGSO e GPO3. Realizou-se a PCR em 55 amostras de leite, destas 10,90% (6/55) foram positivas no PCR para Mycoplasma sp. As fêmeas infectadas apresentavam mastite subclínica intensa e estavam distribuídas em três municípios diferentes Major Isidoro, Batalha e Jaramataia, identificando-se 33,33% de focos para a doença na bacia leiteira do estado de Alagoas. Mycoplasma sp era considerado até há pouco tempo o agente contagioso menos comum. No entanto, em alguns estudos recentes, tem sido bastante isolado em vacarias em grandes dimensões e está associado ao manejo dessas explorações. Este primeiro relato de mastite por Mycoplasma sp em vacas da bacia leiteira do Estado de Alagoas por PCR diagnóstico serve de alerta para as autoridades, uma vez que se trata de um microrganismo difícil de eliminar e os animais podem permanecer clinicamente sadios gerando um risco para a disseminação da doença no rebanho e para outras propriedades da região, através da venda de animais assintomáticos.