XXI ALAM
Resumo:1108-2


Poster (Painel)
1108-2ESTRUTURA DA COMUNIDADE BACTERIANA ASSOCIADA A CORAIS SAUDÁVEIS E DOENTES DE Mussismilia hispida E POSSÍVEIS APLICAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
Autores:Samuel Dias Araújo Júnior (UNB - Universidade de Brasília) ; Alinne Pereira de Castro (UNB - Universidade de Brasília) ; Alessandra Maria Moreira Reis (UCB - Universidade Católica de Brasília) ; Ricardo Henrique Kruger (UNB - Universidade de Brasília)

Resumo

Os recifes de corais de Mussismilia hispida são os mais importantes do Oceano Atlântico Sul e desempenham um papel fundamental na vida marinha. Este holobionte endêmico do estado da Bahia é um dos principais construtores de recifes e ainda não foi seriamente ameaçado nos últimos anos. Os agentes etiológicos reais e/ou causais da extinção massiva de M. hispida não são totalmente conhecidos, mas os microrganismos podem ser muito importantes na saúde deste coral, por meio da produção de antibióticos, proteção por ocupação do espaço e plasticidade genômica. Colônias de M. hispida foram coletadas no recife de Itacolomis no Banco de Abrolhos. O DNA total do muco foi extraído de colônias saudáveis e doentes utilizando Fast DNA Spin for Soil Kit. O DNA da água filtrada foi extraído segundo Rusch et al., 2007. O 16S rDNA foi amplificado com os primers universais 27F e 1492R, clonado com pGEM-T Easy Vector, transformado em células eletrocompetentes E.coli EPI 300 e sequenciado no ABI Prism 377. Sequências foram alinhadas com os softwares Muscle e Bioedit e comparadas com o banco da NCBI, através de BLASTN. As OTUs foram agrupadas utilizando DOTUR e distâncias evolutivas foram calculadas com DNADIST do PHYLIP 3.63. Utilizou-se ∫-LIBSHUFF para estimar a diferença entre as bibliotecas. A ferramenta Classifier do Ribosomal Database Project – RDP foi usada para atribuir sequências a níveis taxonômicos. Os dados gerados foram comparados com os de M. braziliensis, produzidos em um estudo anterior. A microbiota saudável de M. hispida assim como a de M. braziliensis possuem uma relação específica com o hospedeiro. Menor diversidade foi encontrada nas colônias doentes de M. hispida, a qual foi dominada por Bacteroidetes. Normalmente, um maior número de OTUs é encontrado em amostras doentes devido ao fato de que os organismos oportunistas aproveitam o sistema imunológico comprometido do coral. Embora em proporções inferiores, Bacteroidetes foram encontrados aumentados em corais doentes pelo mundo. A microbiota do muco de M. hispida apresenta uma grande variedade de gêneros e espécies de bactérias ainda desconhecidas, que possuem função essencial na fisiologia do coral. Essa biodiversidade representa uma riqueza enorme em termos de organismos e processos metabólicos que podem ser direcionados para a bioprospecção de genes de interesse biotecnológico.


Palavras-chave:  Bioprospecção, Biotecnologia, Diversidade bacteriana, Metagenoma, Mussismilia hispida