Resumo

Um dos maiores problemas ambientais gerados nas atividades da indústria têxtil é a grande quantidade de efluentes altamente poluidores gerados, destacando-se o corante preto de remazol, que tem causado sérios problemas ambientais, como afetar a transparência e estética dos corpos aquáticos, impedindo assim a penetração da luz solar, e por conseguinte a atividade fotossintética, além dos riscos toxicológicos à saúde humana. A utilização de microrganismos nos processos de biorremediação de corantes, tem sido surgido como uma alternativa viável para redução dessa contaminação, principalmente para os organismos que conseguem degradar moléculas complexas de corantes diazo. A biodegradação do azo corante Preto Remazol B usado em indústrias têxteis foi investigada usando Pseudomonas aeruginosa (UCP 1567) sob diferentes condições de cultivo,no período de 120h, usando um planejamento fatorial 2³, que teve como variáveis independentes, a agitação, concentração do corante e tamanho do inóculo, e como variável resposta, a descoloração do corante. De acordo com os resultados P. aeruginosa promoveu uma descoloração de 85 -94,4% do corante, sob condições de repouso, 52% sob agitação de 100 rpm e 45% sob agitação de 200 rpm. Nos frascos mantidos em repouso, o pH do meio variou de 5,8 a 8,5. O bioensaio usando Artemia salina apresentou mortalidade 80%, quando comparada ao controle, indicando a recalcitrância do composto. Os resultados obtidos demonstram que das três variáveis usadas, a agitação,concentração do corante e o tamanho do inoculo são significativas no processo de remoção do Preto Remazol e que a descoloração por P. aeruginosa envolve co-metabolismo o qual pode ser fortemente afetado pela aeração, demonstrando ainda que o oxigênio inibe a atividade azoredutase, envolvida no processo de descoloração de azocorantes.