Resumo

A qualidade do solo pode ser representada por suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Dentro deste contexto, os micro-organismos e os processos microbiológicos podem ser utilizados como ferramentas para obter e transmitir sinteticamente um conjunto complexo de informações, eventos ou tendências sobre a qualidade do solo. O processo de degradação induzido pelo homem, derivado do manejo e uso excessivo de insumos agrícolas nas culturas, vêm causando danos ao solo e ao meio ambiente. Dentro deste contexto, compreender os processos biológicos que ocorrem nos agrossistemas durante o cultivo é fundamental para uma agricultura sustentável, já que a microfauna edáfica atua na decomposição, mineralização da matéria orgânica e na ciclagem de nutrientes (ciclos biogeoquímicos) que, em ecossistemas florestais é mantida pela dinâmica de equilíbrio entre fatores bióticos e abióticos. Assim, este estudo teve por objetivo avaliar os atributos físicos, químicos e biológicos de diferentes solos com e sem a aplicação de biofertilizante nas culturas de soja e cana-de-açúcar comparada com solo de mata nativa. As amostras foram obtidas de áreas com cultivo de soja em Ventania-PR [SVNT] e Londrina-PR [SLDA], cana-de-açúcar em Pompéia-SP [CAPP] e Santa Adélia-SP [CASA] e Mata Nativa [MN]. Os parâmetros analisados foram: Análise físico-quimica, Carbono da Biomassa Microbiana, Respiração Basal do Solo [C-CO2], Quociente metabólico [qCO2] e eficiência na utilização de carbono (CBM/COT). Os resultados físico-químicos do solo não demostram diferenças significativas entre as áreas analisadas, porém as análises microbiológicas indicam que em todos os solos analisados o CBM, Quociente metabólico (qCO2) e a eficiência na utilização de Carbono (CBM/COT) foi significativamente diferente em relação à mata. Quando comparamos os diferentes sistemas com e sem o uso de biofertilizante, podemos observar que os resultados desta aplicação induz maior CBM, menor taxa de respiração, consequentemente menor estresse metabólico e maior eficiência na utilização do carbono no solo. Assim podemos concluir que, mesmo as análises físico-químicas não demonstrem diferenças significativas entre as áreas, nas análises microbiológicas demonstram melhor a qualidade do solo em áreas com uso de biofertilizantes.