XXI ALAM
Resumo:1038-1


Poster (Painel)
1038-1PERFIL IMUNOGÊNICO DE ISOLADOS DE Fonsecaea pedrosoi RECUPERADOS DE PACIENTES COM CROMOBLASTOMICOSE.
Autores:Silvia Helena Marques-da-silva (IEC - Instituto Evandro Chagas) ; Izabela Chaves de Araujo (IEC - Instituto Evandro Chagas)

Resumo

Introdução: A cromoblastomicose (CBM) é uma infecção fúngica subcutanea que acomete principalmente homens trabalhadores rurais. No entanto, vem sendo cada vez maior o número de casos em outras atividades profissionais. A infecção é adquirida por meio da inoculação traumática de propágulos fúngicos. A doença é de distribuição cosmopolita, com maior incidência nas regiões tropicais e subtropicais de clima quente e úmido da America Latina, África e Ásia. A CBM não é de notificação compulsória, sendo os dados epidemiológicos pouco conhecidos no território brasileiro. Objetivo: determinar por meio do ensaio de Western Blotting (WB) o perfil antigênico dos isolados de F. pedrosoi, contra soro de pacientes com CBM. Material e Métodos: Foram obtidos antígenos metabólicos provenientes de 10 isolados de F. pedrosoi e 1 isolado de Cladophialophora bantiana a partir de filtrado de cultura em meio Yeast Peptone Dextrose. Os antígenos metabólicos foram eletrotransferidos para membranas de nitrocelulose e analisados contra soro de 15 pacientes com CBM. Resultados /Discussão: As preparações antigênicas brutas de F. pedrosoi, analisadas em gel de SDS-PAGE demonstraram um perfil complexo de proteínas/glicoproteínas com massas moleculares alcançando de 6 kDa a 180 kDa, onde as frações mais evidentes foram 26-30 kDa e 60-64 kDa, sendo estas identificadas em todos os isolados. De maneira geral, no ensaio de WB ficou evidente que os pacientes infectados com F. pedrosoi produziram anticorpos da classe IgG contra um perfil diversificado de moléculas antigênicas, sendo as mais imunogênicas com massa molecular entre 19-26 kDa, 30-40 kDa e 60-64 kDa. Não foi observada reação com o soro controle negativo. Entretanto, soro de pacientes com CBM reconheceram frações protéicas do isolado de C. bantiana, com massa moleculares de ~26-30 kDa, 49 kDa e 82 kDa. A intensidade de resposta observada no ensaio de WB por meio de forte marcação das bandas, não parece estar relacionada ao tempo de infecção na CBM. Uma vez que pacientes que apresentavam a doença há mais tempo (32 anos), nem sempre foi observada uma forte reação e vice-versa. Conclusão: Métodos sorológicos e imunoenzimáticos não são rotineiramente utilizados para diagnosticar CBM. Contudo, estes ensaios podem ser necessários para em futuro próximo, melhor avaliar a resposta imune humoral de pacientes com cromoblastomicose sob acompanhamento terapêutico em nossa região, e assim disponibilizar dados detalhados sobre a resposta imunológica durante a terapêutica empregada.


Palavras-chave:  Cromoblastomicose, perfil antigênico, anticorpos, Diagnóstico sorológico