XXI ALAM
Resumo:1009-1


Poster (Painel)
1009-1Neisseria gonorrhoeae Resistente a Ciprofloxacino: Um Problema Emergente em São Paulo
Autores:Elsa Toshie Sakagami (FLEURY SA - Grupo Fleury) ; Juliana Madureira A. Camargo (FLEURY SA - Grupo Fleury) ; Carla Capuzzo Santos (FLEURY SA - Grupo Fleury) ; Rosana Lucia Ignacio (FLEURY SA - Grupo Fleury) ; Deise Porto Vilares (FLEURY SA - Grupo Fleury) ; Jorge Luiz Mello Sampaio (FLEURY SA - Grupo Fleury)

Resumo

Introdução: Neisseria gonorrhoeae é o segundo patógeno bacteriano mais prevalente em doenças sexualmente transmissíveis e freqüentemente o tratamento é empírico, particularmente em homens, em função da apresentação clínica clássica de uretrite purulenta e bacterioscopia apresentando diplococos gram-negativos intracelulares. Nos serviços públicos, a cultura e o antibiograma só são realizados em casos de resposta inadequada ao tratamento. Dois fármacos administrados por via oral – doxiciclina e ciprofloxacino – e um injetável – ceftriaxona- são os mais utilizados no tratamento das uretrites por N. gonorrhoeae. Como o conhecimento do perfil de sensibilidade das cepas de N. gonorrhoeae pode auxiliar no direcionamento das condutas de tratamento, o objetivo deste trabalho foi avaliar a susceptibilidade de N. gonorroeae isoladas de amostras clínicas de pacientes atendidos na grande São Paulo.Métodos: Foi realizado um levantamento da base de dados do Fleury referente ao período de janeiro de 2011 a junho de 2012. Foram recuperados os dados referentes ao sexo do paciente, tipo de amostra clínica e perfil de sensibilidade antimicrobiana. Resultados e discussão: No período analisado, foram testados 94 isolados. Em 87% dos casos os pacientes eram do sexo masculino e a amostra clínica secreção uretral. Todos os isolados apresentaram sensibilidade à ceftriaxona, com concentrações inibitórias mínimas (CIM) iguais ou inferiores a 0,25 mg/L. Em contraste, apenas 27,0% dos isolados apresentou sensibilidade à Penicilina G. Quanto aos antimicrobianos passíveis de administração oral, também foi detectada uma baixa taxa de sensibilidade. Para ciprofloxacino apenas 51,3% dos isolados foram sensíveis, enquanto para a tetraciclina a taxa de sensibilidade foi de 35,1%. Nosso trabalho tem a limitação de não ter avaliado a sensibilidade à azitromicina, mas ainda não há critérios definidos pelo Clinical and Laboratory Standards Institute. Considerando que para uso empírico deve haver uma taxa de sensibilidade igual ou maior que 90%, nossos achados evidenciam que ciprofloxacino e tetraciclina não podem ser utilizadas no tratamento empírico de uretrites por N. gonorrhoeae em pacientes atendidos na grande São Paulo.


Palavras-chave:  ciprofloxacino, emergente, Neisseria gonorrhoeae, resistência