XXI ALAM
Resumo:985-1


Poster (Painel)
985-1Caracterização de fungos ligninolíticos para testes de degradação do corante Astrazon.
Autores:Barbara Muniz Soares (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Luiz Henrique Rosa (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Carlos Augusto Rosa (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

Corantes azólicos são produtos sintéticos com afinidade a fibras celulósicas, os quais apresentam alto grau de solubilidade em água, estabilidade química e fotólica e baixa degradabilidade. Estes corantes entram no ambiente via esgoto, causando preocupação pela toxicidade, capacidade mutagênica e carcinogênica associada à sua biotransformação. Os fungos ligninolíticos são os micro-organismos capazes de mineralizar diferentes poluentes e sua habilidade de degradar compostos aromáticos variados reside na relativa não especificidade de suas enzimas, que geram uma reação de oxi-redução. Neste sentido o objetivo deste trabalho foi isolar fungos associados presentes em madeira em decomposição coletadas de ambientes de caatinga, Mata Atlântica e Cerrado dos estados da Bahia, Minas Gerais e Roraima, respectivamente. As amostras de madeira foram incubadas em meio de cultura contendo o corante azólico Astrazon como única fonte de carbono. Os fungos obtidos foram avaliados quando a capacidade de descolorir o corante presente no meio. Todos os fungos capazes de descolorir o corante foram identificados. Dos 110 isolados de fungos obtidos, 35 foram obtidos na caatinga, 25 em Mata Atlântica e 67 em Cerrado. Desse total apenas os fungos filamentosos da caatinga (10) e cerrado (3) apresentaram atividade de descoloração. A média de crescimento dos fungos foi de 105,8 mg para os da Bahia, 103,22 mg para os de Minas Gerais e 68 mg para os de Roraima. Os fungos capazes de descolorir os corantes foram identificados como Fusarium solani, Fusicolla acetilerea, Fusarium oxysporum, Paecilomyces lilacinus, Penicillium dalae e Bionectria aff. ochroleuca. Os isolados que apresentaram melhor índice de crescimento na presença de Astrazon foram os isolados do bioma caatinga na Bahia, independente da espécie. Além disso, foi observada uma redução tardia na coloração do meio, confirmando seu baixo índice de degradabilidade. Os resultados deste trabalho sugerem que ambientes em que os fungos dependem da degradação da madeira para a liberação de carboidratos são ideais para o isolamento de espécies capazes de descolorir meios contendo corantes poluentes utilizados na indústria têxtil. Além disso, corantes com baixa degradabilidade precisam de um período maior para sua descoloração completa.


Palavras-chave:  Degradação, Corantes, Fungos ligninolíticos