XXI ALAM
Resumo:971-1


Poster (Painel)
971-1ÁGUAS DE POÇOS DOMÉSTICOS: FONTE POLUENTE E DE DISSEMINAÇÃO DE RESISTÊNCIA ANTIFÚNGICA
Autores:Máira Gazzola Arroyo (UNESP/IBILCE - Universidade Estadual Paulista / FAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) ; Elza Maria Castilho (FAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) ; Cleuzenir Gomes Toschi (FAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) ; Natalia Seron Brizzotii (FAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) ; Wilson Roberto Faim (SECRETARIA DA SAÚDE - Secretaria da Saúde de São José do Rio Preto) ; Jacqueline Tanury Macruz Peresi (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Cecília Cristina Marques dos Santos (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Ivete Aparecida Zago Castanheira (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Inara Siqueira de Carvalho Teixeira (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Sônia Izaura Lima da Silva (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Margarete Teresa Gottardo de Almeida (FAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto / UNESP/IBILCE - Universidade Estadual Paulista)

Resumo

Durante a exploração de poços podem surgir problemas de corrosão ou de incrustação que levam a mudanças físico-químicas e microbiológicas da água e aquíferos. Ações da vigilância sanitária garantem boa qualidade para o consumo. Os objetivos deste estudo foram identificar microbiota fúngica em águas de poços domésticos e analisar o perfil de susceptibilidade antifúngica. De 108 poços domésticos oriundos de loteamentos irregulares e de 51 cadastrados no sistema de vigilância municipal (SAC e SAI), 500 ml de água foram coletadas e enviadas ao Laboratório de Microbiologia da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, em caixas isotérmicas. Após a filtração, a membrana de nitrocelulose (0,45µm) foi introduzida em placas de Ágar Sabouraud Glicose ®(DIFCO) e Mycobiotic Agar®(DIFCO): incubação a 30ºC durante 15 dias. Todas leveduras foram submetidas ao teste de difusão em disco (M44-P) e microdiluição (M27-A2). A positividade dos poços de loteamentos irregulares e cadastrados ocorreu respectivamente em 82,4% (89) e 80,39% (41). Aos primeiros, identificaram-se 125 espécies de fungos filamentosos, sendo Aspergillus fumigatus 16,8% (21) e Penicillium commune 15,2% (19), as espécies de maior ocorrência; aos cadastrados, Aspergillus fumigatus 59,57% (28). Amostras positivas para leveduras (33) de água de loteamentos irregulares se deveu à: Aureobasidium pullulans 18,18% (6), Candida guilliermondii 15,15% (5), Candida intermedia 12,12% (4) e Trichosporon asahii 12,12% (4); dos poços cadastrados, C. guilliermondii 50% (3), C. parapsilosis 16,6% (1), A. pullulans 16,6% (1) e Blastoschizomyces capitatus 16,6% (1). Nenhum fungo foi resistente ao Cetoconazol e Anfotericina B. Em relação ao Itraconazol e Fluconazol, índices elevados de resistência e sensibilidade dose dependência foram obtidos. Espécies de fungos filamentosos e leveduriformes, patogênicas, estão presentes em águas poços expondo risco à saúde humana. A ocorrência de resistência aos derivados azólicos leva à hipótese de que, áreas subterrâneas constituem ambientes seletivos para os fungos recuperados de poços domésticos. Dado que o protocolo de saneamento básico da legislação atual contempla apenas controle microbiológico de água para grupos bacterianos, surge aqui, a proposta de implantação de um novo programa normativo de investigação e manutenção da qualidade de águas de poços domésticos.


Palavras-chave:  filamentosos, leveduras, poços domésticos, resistência antifúngica