XXI ALAM
Resumo:968-1


Poster (Painel)
968-1Relação clonal entre linhagens de Acinetobacter baumannii produtoras de carbapenemases da família OXA em quatro hospitais no Brasil
Autores:Eduardo Clímaco (FCFRP-USP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP) ; André Pitondo (FCFRP-USP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP) ; Milena Locci de Oliveira (FCFRP-USP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP) ; Murilo Gomes de Oliveira (HU-UFJF - Hospital Universitário da Universidade Federal Juiz de Fora) ; Nilton Lincopan (ICB-USP - Instituto de Ciências Biomédicas - USP) ; Ana Lúcia Costa Darini (FCFRP-USP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP)

Resumo

No Brasil, o aumento de Acinetobacter baumannii resistente aos carbapenêmicos (ABRC) ocorre principalmente devido à disseminação de linhagens produtoras de OXA-23 e, mais recentemente, OXA-143. Este trabalho tem como objetivo, definir a relação clonal entre linhagens de ABRC produtoras de carbapenemases da família OXA. Foram estudados 67 ABRC, 49 isolados do Hospital Universitário de Juiz de Fora (MG) e 18 isolados de três hospitais de São Paulo. Foram incluídas 7 linhagens sensíveis aos carbapenêmicos como critério comparativo. A pesquisa de genes codificadores de OXA foi realizada por multiplex PCR, capaz de identificar 5 tipos: OXA-51, OXA-23, OXA-40, OXA-58 e OXA-143. A relação clonal entre as linhagens, foi investigada por PFGE e MLST (http://pubmlst.org/abaumannii/). O gene blaOXA-51, que é intrínseco de A. baumannii e apresenta atividade carbapenemase apenas quando associado ao elemento ISAbaI, foi encontrado em todas as linhagens. Quarenta e oito linhagens apresentaram o gene blaOXA-23, 17 linhagens apresentaram o gene blaOXA-143 e 2 linhagens apresentavam ambos os genes. A análise dos perfis de macrorrestrição do genoma por PFGE agrupou as 74 linhagens estudadas em 12 pulsotipos. Dois foram predominantes: pulsotipo A, com 30 linhagens, sendo 27 ABRC (25 produtoras de OXA-23 e 2 de OXA-143) e pulsotipo B, com 19 ABRC (9 produtoras de OXA-23 e 10 de OXA-143). MLST foi realizado para 20 linhagens, selecionadas por PFGE. Foram encontrados 14 STs, sendo seis inéditos. Três STs apresentaram-se como singletons e 11 associados aos complexos clonais (CC) 104, 109 e 113. As 6 linhagens do CC104 apresentaram pulsotipo B, sendo que 4 eram produtoras de OXA-23 e 2 de OXA-143. Outras 6 linhagens pertencentes ao CC109 possuíam pulsotipos C (4), G (1) e K (1). Destas, 4 eram ABRC, sendo 1 produtora de OXA-23, 2 de OXA-143 e 1 de ambas as enzimas. Já as 5 linhagens do CC113 possuíam pulsotipo A (4) e L (1). Destas, 3 eram ABRC produtoras de OXA-23. A disseminação de ABRC produtores de OXA-23 e 143 está associada a diferentes STs, sendo que não foram identificados STs do CC92, o mais disseminado mundialmente. Isso, somado ao fato de OXA-143 ter sido isolado apenas no Brasil, demonstra uma particularidade dos ABRC isolados no País. Além disso, os resultados do MLST foram concordantes ao PFGE, pois, linhagens pertencentes ao mesmo pulsotipo foram agrupadas em mesmo CC.


Palavras-chave:  Acinetobacter, beta-lactamase OXA, carbapenêmicos, MLST, PFGE