Resumo

A indústria têxtil constitui um dos oito maiores setores econômicos do Brasil, produzindo grande quantidade de efluente com resíduos recalcitrantes e de baixa degradação. Nesse contexto, há necessidade de desenvolver tecnologias capazes de remover os resíduos produzidos pelo setor. Os corantes têxteis possuem baixa biodegradação e muitos já foram descritos na literatura como mutagênicos. Esse trabalho avaliou o potencial de descoloração dos corantes Preto Reativo 5, Vermelho Remazol RB, Laranja Remazol e Amarelo Remazol em co-cultura de Candida sp. Cx6A e Candida sp. Rt7A, leveduras isoladas de efluentes têxteis da microrregião de Divinópolis, MG. Para avaliar o potencial de descoloração, as linhagens foram cultivadas separadamente e simultaneamente em meio contendo YNB, glicose e os corantes, Vermelho Remazol (325ppm), Preto Reativo (55ppm), Laranja Remazol (300ppm) e Amarelo Remazol (160ppm). O crescimento celular e a descoloração dos corantes utilizados foram determinados espectrofotometricamente. O co-cultivo foi capaz de descolorir 99% do corante Preto Reativo, 98% do Vermelho Remazol, 98% do Laranja Remazol e 96% do Amarelo Remazol, após 96 horas de cultivo, o que representou uma taxa de descoloração significativamente maior do que quando as linhagens foram cultivadas isoladamente. Observou-se na co-cultura que a descoloração foi associada ao crescimento celular, até 48 horas de cultivo. Este trabalho propõe o desenvolvimento de tecnologias de biorremediação utilizando-se leveduras com alto potencial de degradação de corantes têxteis. Devido às facilidades de manipulação e ao curto tempo de geração de leveduras, o que resulta em um processo de descoloração eficiente, os resultados sugerem uma proposta promissora a fim de solucionar problemas ambientais no setor têxtil.