Resumo

As enterobactérias se destacam entre os principais patógenos associados às doenças diarreicas no mundo. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), foram registrados três milhões de mortes por diarreia em 2008, sendo crianças menores de cinco anos a faixa etária mais atingida, principalmente nas regiões que apresentam baixo poder econômico e de saneamento básico. Este estudo teve como objetivo identificar as enterobactérias em amostras fecais de crianças com e sem diarreia, atendidas no Pronto Socorro da Criança Zona Sul, Manaus/AM. As amostras foram coletadas de crianças com quadro clínico de diarreia (casos) e sem diarreia (controles) dentro da faixa etária de 0 a 10 anos de idade, no período de fevereiro a maio de 2012, com autorização prévia devidamente assinada pelo responsável da criança. As amostras foram crescidas em caldo Luria Bertain Broth, Miller (LB) em estufa a 37°C por 24 horas. Passada as 24 horas, foram semeadas em oito placas diferentes contendo meios para isolamento de enterobactérias (Agar: Shigella-Salmonella (SS), Hektoen Enteric (Hek), McConkey (MC), Pseudomonas (PIA), Xilose-Lisina-Desoxicolato (XLD) e Verde brilhante (VB)), de acordo com metodologias testadas anteriormente em outros estudos.Após 24 horas de incubação, foram selecionadas de cada placa, colônias com características morfológicas típicas de espécies da família Enterobacteriaceae. Todas as colônias selecionadas foram individualmente semeadas em meios EPM, MILi e Citrato de Simmons que totalizam oito testes bioquímicos, incubadas à temperatura de 37°C por 24 horas. Para a leitura dos testes bioquímicos, utilizou-se a tabela de leitura para enterobactérias da Probac do Brasil. Foram coletadas 160 amostras fecais de crianças com diarreia e 50 amostras de fezes de criança sem diarreia. Dentre as bactérias diarreiogênicas isoladas a que apresentou maior frequência foi Escherichia coli (77%) seguida por Klebsiella (9,3%), Yersinia (8%) Shiguella (5,2%) e Salmonella (2,7%). Resultados similares foram encontrados em 2011 no Estado do Espírito Santo (ES), quando pesquisou-se E. coli, Shigella e Salmonella também em fezes de crianças com e sem diarreia. Os resultados das reações bioquímicas observadas nos meios clássicos de identificação permitiram o diagnóstico presuntivo dos gêneros e eventualmente das espécies bacterianas isoladas.