XXI ALAM
Resumo:936-1


Poster (Painel)
936-1Resposta da comunidade de Archaea a diferentes hidrocarbonetos do petróleo como bioindicadores para monitoramento ambiental
Autores:Diogo Azevedo Jurelevicius (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Camila Rattes de A. Couto (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Vanessa Marques Alvarez (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Lucy Seldin (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

A rápida detecção de eventos de contaminação provenientes de vazamentos de óleo durante os processos de produção e de estocagem do petróleo podem prevenir a ocorrência de grandes acidentes ambientais no litoral brasileiro. Nesse sentido, a identificação de bioindicadores pode ser de grande valia para o monitoramento ambiental. As arqueias habitam uma grande variedade de ambientes. Entretanto, em ambientes com alta salinidade, as arqueias são a parte predominante da comunidade microbiana e, portanto, despertam um interesse especial. A resposta da comunidade de Archaea a eventos de contaminação por compostos petrolíferos ainda é pouco conhecida. O objetivo do presente estudo foi de avaliar a resposta da comunidade de Archaea a diferentes hidrocarbonetos do petróleo, bem como ao óleo cru. Para essa finalidade, amostras de água da Lagoa Vermelha (lagoa hipersalina), localizada na APA de Massambaba, Saquarema, Rio de Janeiro, foi coletada e diferentes microcosmos foram montados da seguinte maneira: 20 mL da água coletada foram adicionados em tubos de penicilina (50 mL) e submetidos à contaminação por óleo crú, heptadecano (hidrocarboneto alifático) e naftaleno (hidrocarboneto poliaromático), individualmente. Os microcosmos foram realizados em triplicata e a análise temporal (0, 4, 12 e 32 dias) foi realizada através da extração de DNA e RNA e da análise subsequente do rRNA 16S de Archaea através de PCR/DGGE. Os resultados das DGGEs mostraram, em todos os casos, que o enriquecimento de espécies de Archaea específicas começa a ocorrer nos primeiros 4 dias após a exposição ao contaminante. No entanto, espécies diferentes de Archaea foram selecionadas nos microcosmos com heptadecano, naftaleno e óleo cru. Além disso, a comunidade de Archaea mostrou, em todos os casos, que a contínua exposição ao contaminante acarreta em uma diminuição progressiva da diversidade de Archaea e no aumento da dominância de espécies específicas após 32 dias da contaminação. A identificação dessas espécies selecionadas pelos diferentes contaminantes pode representar importantes alvos para o uso como bioindicadores de ambientes contaminados com diferentes tipos de hidrocarbonetos.


Palavras-chave:  Archaea, bioindicadores, hidrocarbonetos, petróleo