Resumo

Com o aprimoramento das técnicas de cultivo e o aumento da produtividade das lavouras, o uso de agrotóxicos e fertilizantes aumentou, ocasionando sérios danos à saúde de agricultores rurais e problemas ambientais. Dessa forma, é muito importante o desenvolvimento de tecnologias que permitam recuperar as áreas contaminadas. Pesquisas nacionais apontam que os pesticidas são a segunda causa de contaminação ambiental no país. Neste contexto, a utilização de microrganismos capazes de degradar estes pesticidas apresenta-se como uma alternativa ecologicamente adequada e eficaz para o tratamento de ambientes contaminados com moléculas orgânicas de difícil degradação. A possibilidade de remoção de pesticidas organofosforados através da adição de bactérias tem sido investigada. Os objetivos deste trabalho foram realizar ensaios de biodegradação do pesticida organofosforado profenofós por microrganismos e detectar os metabólitos intermediários produzidos durante o processo, para diferentes linhagens denominadas PROB-2, PROB-8, PROB-14, PROB-17 e PRO-1 isoladas de solo contaminado com o pesticida. Através da técnica de seqüenciamento dos genes ribossomais foram identificadas a bactéria Raoutella terrigena e o fungo Fusarium sp.. A eficiência do processo de biodegradação do profenofós e a detecção e a identificação dos metabólitos foram avaliadas pelas concentrações iniciais e finais do pesticida, através de cromatografia líquida de alto desempenho (CLAE) e cromatografia gasosa associada e espectrometria de massas (CG-MS). Os microrganismos apresentaram eficiência em degradar o composto e no caso do cultivo com a bactéria Raoutella terrigena, o principal metabólito detectado durante o processo de biodegradação do profenofós foi o 4-bromo-2-clorofenol, sendo que, após 24 horas, tanto o profenofós como o metabólito 4-bromo-2-clorofenol, não foram mais detectados no meio. Quanto ao fungo, nenhum metabólito intermediário foi detectado no meio, porém, foi possível observar uma redução progressiva da quantidade do pesticida, indicando que estava sendo consumido pelo fungo e após 144 horas, o pesticida foi totalmente degradado.