XXI ALAM
Resumo:897-1


Poster (Painel)
897-1Fungos associados a rochas de ecossistemas extremos: taxonomia, diversidade, aplicações biotecnológicas e uso como modelos em estudo de astrobiologia
Autores:Vivian Gonçalves (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Iara Santiago (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Douglas Galante (USP - Universidade de São Paulo) ; Fabio Rodrigues (USP - Universidade de São Paulo) ; Carlos Augusto Rosa (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Luiz Henrique Rosa (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

Alguns ecossistemas são conhecidos como extremo, devido às características diferentes daquelas encontradas em ambientes em que a maioria dos organismos é capaz de sobreviver. A vida nesses ecossistemas muitas vezes é dominada por micro-organismos, chamados extremófilos. Neste contexto, a superfície das rochas é muitas vezes considerada um ecossistema extremo devido a temperaturas extremas, mudanças rápidas na atividade de água e radiação UV elevada. A fim de estudar fungos extremófilos associados às rochas de diferentes ecossistemas, amostras de rochas de ambientes extremos do Brasil e do deserto do Atacama foram coletadas. Os fungos serão identificados e seus extratos submetidos a diferentes ensaios biológicos para detecção de metabólitos com atividade contra Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Candida albicans, C. krusei e Cladosporium sphaerospermum. Além disso, os fungos serão submetidos a diferentes condições extraterrestres como vácuo, UV e temperaturas extremas para tentar selecionar micro-organismos eucariotos úteis em estudos de astrobiologia. A partir das amostras coletadas na Serra do Caraça (Brasil), foram obtidos 309 isolados, sendo 254 (82,2%) fungos filamentosos e 55 (17,8%) leveduras. A partir das amostras de rochas obtidas no deserto do Atacama, 82 isolados de fungos foram obtidos, sendo apenas 01 isolado de levedura. As amostras de rochas do continente antártico serão coletadas futuramente. Extratos brutos foram produzidos a partir dos isolados obtidos. Todos os extratos obtidos dos fungos isolados da Serra do Caraça foram testados a 250 µg/mL. Aqueles que inibiram a partir de 70% (3,23% dos extratos), pelo menos um dos alvos utilizados, foram selecionados para cálculo da CIM. Um extrato foi capaz de inibir 97% o fungo C. sphaerospermum a 62,5 µg/mL. Já contra a bactéria E. coli, 05 extratos foram capazes de inibir (70 a 100%), a 250 e 125 µg/mL. Apenas 01 extrato foi capaz de inibir 90% S. aureus a 250 µg/mL. Ainda que em andamento, pode-se inferir que este trabalho irá contribuir de forma significativa para um maior conhecimento da micota associada a rochas dos ecossistemas estudados. Além disso, os resultados preliminares da bioprospecção dos extratos testados revelam que os mesmos podem ser promissores e poderão ser utilizados em futuros estudos fermentativos para o isolamento de molécula(s) bioativa(s).


Palavras-chave:  fungos, extremófilos, biotecnologia