XXI ALAM
Resumo:847-1


Poster (Painel)
847-1AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE INFECÇÕES INTRA-ABDOMINAIS COM ÊNFASE EM ANAERÓBIOS
Autores:João Fernando Gonçalves Ferreira (ICB/UFMG - Instituto de Ciências Biológicas/UFMG) ; Mariana de Jesus Vaz Trindade (ICB/UFMG - Instituto de Ciências Biológicas/UFMG) ; Caroline Silva de Paula (ICB/UFMG - Instituto de Ciências Biológicas/UFMG) ; Sueli Diniz Lima (ICB/UFMG - Instituto de Ciências Biológicas/UFMG) ; Hoberdan Pereira (HRTN/UFMG - Hospital Risoleta Tolentino Neves/UFMG) ; Guilherme Nogueira Pena (HRTN/UFMG - Hospital Risoleta Tolentino Neves/UFMG) ; José Carlos Serufo (FM/UFMG - Faculdade de Medicina/UFMG / HRTN/UFMG - Hospital Risoleta Tolentino Neves/UFMG) ; Rogério Augusto Pinto Silva (CEU - Centro Especializado em Ultra-sonografia) ; João Baptista Resende Neto (FM/UFMG - Faculdade de Medicina/UFMG / HRTN/UFMG - Hospital Risoleta Tolentino Neves/UFMG) ; Luiz de Macêdo Farias (ICB/UFMG - Instituto de Ciências Biológicas/UFMG) ; Maria Auxiliadora Roque de Carvalho (ICB/UFMG - Instituto de Ciências Biológicas/UFMG) ; Simone Gonçalves dos Santos (ICB/UFMG - Instituto de Ciências Biológicas/UFMG)

Resumo

As infecções intra-abdominais (IIA) compõem um conjunto diversificado de doenças, como peritonites, apendicites e abscessos. Complicações destes processos representam a segunda causa de sepse grave nas unidades de terapia intensiva, com altas taxas de morbi-mortalidade. As IIA são, geralmente, polimicrobianas, associando aeróbios e anaeróbios, e têm seu diagnóstico dificultado pelas limitações inerentes à coleta, transporte e cultivo dos agentes etiológicos. Neste trabalho busca-se uma avaliação microbiológica de IIA, com ênfase nos anaeróbios, por métodos fenotípicos manuais e automatizados. Foram analisadas 43 amostras de pacientes atendidos em diferentes serviços de saúde de Belo Horizonte/MG, no período de março de 2011 a junho de 2012. A faixa etária desses pacientes foi de 14 a 88 anos. 60,5% (26/43) relataram alguma doença ou procedimento cirúrgico prévio e 69,8% (30/43) faziam uso prévio de antimicrobianos. Os espécimes clínicos foram obtidos durante cirurgia ou guiados por ultra-sonografia. Os microrganismos foram identificados pelo sistema Vitek Biomerieux. Os abscessos abdominais e apendicites foram prevalentes, representando, respectivamente, 34,8% e 16,3% dos casos. Houve crescimento microbiano em 60,5% (26/43) dos espécimes analisados, apesar do uso prévio de antimicrobianos por 65,4% (17/26) dos pacientes com culturas positivas. Anaeróbios estavam presentes em 34,6% (9/26) destes, com predomínio de Bacteroides do grupo B. fragilis e Prevotella spp. Associações entre anaeróbios e aeróbios foram observadas em 77,8% (7/9) dos casos com culturas positivas para anaeróbios. Dentre os aeróbios, houve predomínio de Streptococcus spp., Staphylococcus spp., Enterococcus spp., Escherichia coli, e Acinetobacter baumannii. Em apenas 11,5% (3/26) dos casos com culturas positivas ocorreu associação com Candida spp. O sucesso no tratamento das IIA envolve vários fatores, como drenagem dos focos de exsudato, normalização do estado hemodinâmico e adequação da antibioticoterapia, cuja precocidade é extremamente importante pela gravidade desses quadros clínicos, e que deve levar em conta sua característica polimicrobiana. Assim, conhecer os microrganismos implicados na IIA e seu perfil de susceptibilidade a drogas representa importante suporte à clínica. Estão previstos estudos moleculares e imunológicos para melhor conhecimento destes processos infecciosos.


Palavras-chave:  Anaeróbios, Estudo microbiológico, Infecções intra-abdominais, Resistência a antimicrobianos