Resumo

INTRODUÇÃO: A ocorrência de infecções fúngicas humanas vem apresentando um aumento expressivo. A Candida albicans é muito frequente, vivendo como comensal do trato gastrintestinal e genito-urinário. Conhecida popularmente como crajiru, a espécie Arrabidaea chica é amplamente utilizada na medicina caseira, principalmente na região Amazônica, como anti-inflamatório, antimicrobiano e, principalmente, como antifúngico, no tratamento de dermatoses, impigens, entre outros. Para verificar se há realmente uma atividade antifúngica, foi analisada, experimentalmente, a atividade antifúngica in vitro do extrato vegetal de crajiru sobre a cepa de C. albicans. MATERIAIS E MÉTODOS: As folhas da espécie vegetal em estudo foram coletadas, identificadas e registradas no Herbário Dr. Ary Tupinambá Penna Pinheiro, Faculdade São Lucas. No Laboratório de Fitoquímica a amostra foi submetida aos processos de secagem; trituração e diluição em etanol; filtração e, determinação da concentração do extrato etanólico bruto. No ensaio microbiológico foi empregada suspensão padrão da cepa de C. albicans (ATCC 10.231). Para a propagação, a cepa foi suspendida em 3 ml de caldo BHI e incubada a 37ºC. Após 24 horas de incubação, 1 ml da suspensão da levedura foi diluída em solução fisiológica e padronizada até obter-se uma suspensão cuja turvação foi comparada ao tubo de 0,5 na escala padrão de MacFarland. Para o plaqueamento, a suspensão de C. albicans foi semeada por toda a superfície da placa de Petri contendo meio Agar Saboraud. Para o teste, discos de papel de filtro esterilizados foram impregnados com o extrato de crajiru nas concentrações: 564; 282; 141; 70,5; 28,2; 14,1; 7,05; 3,52 e 1,76 mg/ml - controle positivo (cetoconazol a 50µL) e negativo (solvente etanol a 5%). DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: No presente estudo, nenhuma das concentrações testadas do extrato de Arrabidaea chica foi capaz de inibir a disseminação de Candida albicans. Muitos autores propõem a inibição do crescimento da levedura com concentrações elevadas do extrato vegetal, mas não testam a toxicidade do mesmo. CONCLUSÃO: Na região Amazônica, muitas espécies vegetais são amplamente utilizadas com finalidades terapêuticas na cultura popular, entretanto, poucos trabalhos comprovam a eficácia e não toxicidade das amostras analisadas.