XXI ALAM
Resumo:789-1


Poster (Painel)
789-1Descoloração in vitro de corantes têxteis pela lacase de Trametes sp
Autores:Caroline Aparecida Vaz de Araujo (UEM - Universidade Estadual de Maringá) ; Jaqueline da Silva Coelho-moreira (UEM - Universidade Estadual de Maringá) ; Fabíola Dorneles Inácio (UEM - Universidade Estadual de Maringá) ; Rafael Castoldi (UEM - Universidade Estadual de Maringá) ; Josielle Abrahão (UEM - Universidade Estadual de Maringá) ; Cristina Giatti Marques de Souza (UEM - Universidade Estadual de Maringá) ; Rosane Marina Peralta (UEM - Universidade Estadual de Maringá)

Resumo

As indústrias têxteis geram resíduos coloridos que poluem o ecossistema aquático. Os fungos da podridão branca possuem um sistema enzimático inespecífico com capacidade de oxidar diversos xenobióticos recalcitrantes incluindo corantes. Tal característica é devido à suas capacidades de expressarem enzimas ligninolíticas (peroxidases e lacases) capazes de oxidar compostos aromáticos com estruturas semelhantes ao seu substrato natural, a lignina. A maioria dos trabalhos enfoca a capacidade dos fungos em descolorir os corantes em sistemas dependentes de células, que geralmente levam dias para se desenvolver e tornarem-se hábeis no processo de descoloração. O uso direto das enzimas pode ser mais simples e rápido. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial da enzima lacase de Trametes sp descolorir os corantes têxteis poly R 478, azul brilhante reafix BFNG (ABFNG), verde de metileno e remazol brillant blue R (RBBR). A enzima lacase de Trametes sp foi obtida em cultivos em estado sólido em meio contendo 3 g de farelo de trigo, 1 g de sabugo de milho e sais de Vogel a 28°C. Máxima produção de lacase foi obtida após 10 dias de cultivo (3.700 U/L). Neste cultivo, a atividade peroxidase foi baixa e a lacase foi considerada como a principal enzima ligninolítica produzida pelo fungo. Extrato de lacase bruta com atividade final de 600 U/L foi adicionado a um sistema líquido com pH de 5 contendo os corantes nas concentrações de 5, 10 e 20 mg/L. Em alguns ensaios, 1 mM de ácido viorúlico ou 0,25 mM de ácido ferúlico foram adicionados como mediadores. A descoloração foi avaliada após 24 h. Descoloração de todos os corantes foi obtida neste sistema e a adição dos mediadores não alterou significativamente a descoloração. Descoloração de 94% foi obtida para verde de metileno, 82% para ABFNG e 86% para RBBR na concentração de 5 mg/L de corante. Poly R478 foi o corante mais recalcitrante e apenas 38% de descoloração foi obtida para uma solução de corante a 5 mg/L. A descoloração dos corantes pela lacase bruta de Trametes sp em sistema livre de células mostrou-se viável e eficiente, sem a necessidade de uso de mediadores, podendo contribuir para a redução da poluição ambiental produzida pelos resíduos de indústrias têxteis. CNPq/UEM.


Palavras-chave:  cogumelo da podridão branca da madeira, corantes, lacase