XXI ALAM
Resumo:779-1


Poster (Painel)
779-1ISOLAMENTO E QUANTIFICAÇÃO DE LEVEDURAS DECOMPOSITORAS DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS DE UMA MARISMA DA LAGOA DOS PATOS, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL.
Autores:Belize Rodrigues Leite (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Lucio Menezes de Amorim (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Erica da Silva Silveira (FURG - Universidade Federal do Rio Grande) ; Paulo Cesar Oliveira Vergne de Abreu (FURG - Universidade Federal do Rio Grande) ; Melissa Fontes Landell (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Patricia Valente da Silva (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

Marismas são ambientes entremarés, altamente dinâmicos e produtivos. A decomposição microbiana dos detritos produzidos nestes ecossistemas gera energia para a teia trófica local, estuarina e de zonas adjacentes. Os micro-organismos decompositores do detrito foliar mais bem estudados são as bactérias e os fungos filamentosos, sendo escassas informações sobre o papel das leveduras neste processo. O presente trabalho teve como objetivo isolar e quantificar leveduras atuantes na decomposição de três espécies de macrófitas aquáticas das marismas da Ilha da Pólvora (32°01’S; 52°06’W), situada na porção média do estuário da Lagoa dos Patos, sul do estado. Conduziu-se um ensaio de decomposição com as espécies Scirpus maritimus, Spartina alterniflora e Spartina densiflora, empregando-se a metodologia dos "litter bags": as plantas foram desidratadas a 60°C por 24h, pesadas em porções de 5g, acondicionadas em envelopes de tela com malha de 1 mm, e incubadas nos locais onde cada espécie foi coletada. Isolou-se leveduras do material disposto no ambiente após 7 e 14 dias e de plantas frescas coletadas nestes tempos. 3g de cada amostra foram dispostos em Tween 20 e mantidas em agitador a 200 RPM por 30 minutos, sendo a solução diluída e semeada em ágar YM pH 4.0, suplementado com cloranfenicol e bifenila, nas concentrações de 0,04% e 0,01%, respectivamente. As placas foram incubadas a 20°C por 7 dias. O número de leveduras foi determinado em Unidades Formadoras de Colônia (UFC) por grama de folha, apresentando a seguinte variação: 3,7×102 a 4×104 nas plantas frescas, 2×102 a 7,7×102 nas plantas do ensaio em 7 dias e 1,23×104 a 6,7×104 em 14 dias. Os resultados obtidos não demonstraram relação entre a quantidade de leveduras e a espécie de macrófita aquática avaliada. Muitos trabalhos já revelaram a importância das leveduras para o equilíbrio das comunidades colonizadoras do filoplano. As amostras do ensaio de decomposição representam a fração do carbono detrítico, mais difícil de ser metabolizado do que o carbono lábil, encontrado nas plantas frescas. Deste modo, a carga de leveduras associada aos detritos foi equivalente ou maior do que nas plantas frescas só após 14 dias do ensaio de decomposição. O estudo permanecerá monitorando o estabelecimento de leveduras decompositoras sob o detrito das marismas da Ilha da Pólvora nos tempos 40, 90 e 180 dias.


Palavras-chave:  Leveduras ambientais, Decomposição, Macrófitas aquáticas, Marisma, Lagoa dos Patos