Resumo

Introdução: A incidência de infecções hospitalares causadas por fungos tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas. A formação de biofilme por espécies do gênero Candida spp. tem apresentado importante repercussão clínica devido à capacidade das células do interior do biofilme suportarem o sistema imune do hospedeiro e apresentarem sensibilidade diminuída à terapia antifúngica. Objetivou-se a avaliação da formação e atividade metabólica de biofilmes entre espécies de Candida não-albicans. Materiais e Métodos: 25 amostras de Candida não-albicans, sendo 10 de fontes de infecção (hemocultura e ponta de cateter) e 15 de fontes de contaminação (mãos de profissionais e superfícies do ambiente hospitalar) foram coletadas em um hospital de Minas Gerais. A capacidade de formação de biofilmes foi avaliada em microplacas de poliestireno de 96 poços e a atividade metabólica dos biofilmes determinada através de ensaios de redução de XTT. Discussão de resultados:Todas as espécies avaliadas foram capazes de produzir biofilme. Não houve diferença significativa da capacidade de formação de biofilme e atividade metabólica entre as espécies provenientes de diferentes fontes de isolamento. C. tropicalis apresentou capacidade de formação de biofilme e atividade metabólica superior às demais espécies assim como na pesquisa de Paiva et al. (2012). Este perfil pode causar um impacto negativo já que biofilmes de C. tropicalis são considerados menos sensíveis aos antifúngicos quando comparados a biofilmes de outras espécies do gênero (SILVA et al., 2012). Conclusão: os maiores percentuais de biomassa (p<0,05) foram apresentados por C. tropicalis e C. guilliermondii. C. tropicalis também apresentou a maior atividade metabólica. Amostras oriundas de diferentes fontes não apresentaram diferenças significativas com relação à formação e atividade metabólica dos biofilmes. Agradecimentos: FAPEMIG (APQ-02782-10), PET (Sesu/MEC).