Resumo

A tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) é uma das espécies que mais desperta interesse na piscicultura, ocupando lugar de destaque dentro da aquicultura, tanto no contexto nacional quanto mundial. Dentro da piscicultura nacional a utilização de antibióticos em rações, com o objetivo de diminuir a carga de micro-organismos patogênicos é uma prática não autorizada pela legislação vigente, devido à relação existente entre tais compostos antimicrobianos e evolução da resistência bacteriana. Neste sentido, os probióticos são uma alternativa para reduzir a utilização de antibióticos na aquicultura, contribuindo para o equilíbrio da microbiota intestinal, favorecendo o crescimento do animal e promovendo a resistência contra doenças bacterianas. No presente trabalho, foram utilizados duzentos e vinte juvenis de tilápia do Nilo, com peso médio de 18,89 ± 0,7g, distribuídos num delineamento completamente casualizado com três tratamentos e um grupo controle. Os peixes expostos ao Tratamento 1 receberam ração suplementada com a cepa D5-9 de S. cerevisiae; os animais submetidos ao Tratamento 2 receberam a ração suplementada com a cepa 1031 de S. cerevisiae e os peixes que receberam o Tratamento 3 foram alimentados com as duas rações que apresentavam as cepas D5-9 e 1031, alternadamente. O grupo controle recebeu a dieta sem a inclusão de S. cerevisiae. O ganho de peso corporal aumentou significativamente (62 g) nos peixes que receberam dieta com S. cerevisiae D5-9 (Tratamento 1). O valor médio para o consumo diário de ração (1,36 g) mostrou-se melhor no grupo de peixes do Tratamento 2, que também exibiram o mesmo ganho de peso (53 g) apresentado pelo grupo controle, mostrando que a utilização deste micro-organismo na dieta de tilápias pode resultar em reduções de custo na produção aquícola. Além disso, o valor obtido no teste de nitro-azul de tetrazólio foi significativamente maior no grupo submetido ao Tratamento 2 (0,70 mg.mL^-1), sugerindo que tais micro-organismos podem melhorar respostas imunes não-específicas em tilápias. O tratamento de cepas isoladas demonstrou ser mais eficaz do que o tratamento das cepas em associação.