Resumo

O ácido lático tem sido extensivamente utilizado em diversas aplicações industriais. Entre estas, como acidulante e conservante de bebidas e alimentos, na indústria têxtil, lavanderias e curtumes, polimerizado para a produção de polímeros biodegradáveis. Além disso, o lactato de cálcio pode ser utilizado como emulsificante na indústria de panificação, na suplementação em ração animal e em preparações farmacêuticas. Atualmente o produto é obtido pela fermentação de açúcares por meio de bactérias láticas, mas pelo alto custo da matéria prima e pela crescente demanda mundial, muitos esforços têm sido empregados para diminuir os custos de obtenção do ácido láctico. A pectina encontra-se em grande quantidade nos subprodutos do processo de industrialização de sucos de frutas, principalmente laranja e maracujá, sendo composta principalmente por ácido galacturônico e outros açucares neutros. O processo de sacarificação da pectina, ainda pouco estudado, pode ser realizado por meio de hidrólise ácida e enzimática, levando a formação de compostos redutores, que podem ser utilizados como uma alternativa de baixo custo para a obtenção de ácido láctico. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi à produção de ácido lático através do cultivo de Lactobacillus casei em meio à base de hidrolisado de pectina. Para a obtenção do hidrolisado foi utilizada pectina cítrica (Vetec®), em solução aquosa a 10% (p/v), submetida a hidrolise através da endo-poligalacturonase (Sigma®), por 24 horas a 50 ºC. O hidrolisado foi caracterizado quanto à composição de redutores totais pelo método de DNS, após, foi diluído para a formulação do meio em uma concentração de 40 g/L. O meio foi fermentado com a adição de inoculo (5% v/v) incubado a 37°C por 42 horas, durante esse período o pH do meio foi mantido em 6,5 com a adição lenta de NaOH, e a concentração de ácido láctico calculada pelo balanço estequiométrico. O hidrolisado obtido apresentou em média 70,0 g/L de compostos redutores. Os resultados da produção de ácido láctico indicaram o aumento exponencial a partir de 24 horas de cultivo, o que coincide com o inicio da fase exponencial de crescimento celular. Sendo ao final das 42 horas, obtido em torno de 7,0 g/L de ácido láctico. Desta forma, o meio de cultura formulado a base de hidrolisados pécticos podem ser uma boa alternativa para a produção de ácido láctico através da fermentação com L. casei.