XXI ALAM
Resumo:718-1


Poster (Painel)
718-1Epidemiologia molecular e fatores de risco para aquisição de clones endêmicos de Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina (MRSA) em um hospital de ensino.
Autores:Marcus Vinicius Pimenta Rodrigues (UNOESTE - Universidade do Oeste Paulista) ; Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza (UNESP - BOTUCATU - Faculdade de Medicina de Botucatu - FMB) ; Camila Sena Martins Souza (UNESP - BOTUCATU - Instituto de Biociencias de Botucatu - IBB / UNESP - BOTUCATU - Faculdade de Medicina de Botucatu - FMB) ; Maria de Lourdes Ribeiro de Souza da Cunha (UNESP - BOTUCATU - Instituto de Biociencias de Botucatu - IBB)

Resumo

O presente estudo teve por objetivos identificar os fatores individuais relacionados à sua aquisição relacionando a prevalência de fatores de resistência e virulência em cepas de MRSA isoladas de culturas clínicas e de vigilância de pacientes de um hospital de ensino. No presente trabalho 443 amostras de Staphylococcus aureus foram avaliadas genotipicamente quanto ao seu perfil de resistência através da amplificação do gene mecA pela técnica de PCR. Foi observado que das amostras testadas, 336 amostras (75.8%) eram MRSA, e dessas, 305 amostras (90.8%) apresentaram perfil SCCmec Tipo III ou Tipo IIIA, 6 amostras (1.8%) Tipo II e 25 amostras (7.4%) Tipo IV. A avaliação do perfil genotípico de virulência mostrou que 15.6% (n=69) possuíam gene da Leucocidina de Panton Valentine (lukPV), 14% (n=62) Síndrome do Choque Tóxico (tst), 31.8% (n=141) Enterotoxina A (sea), 19.8% (n=88) Enterotoxina B (seb), 38.1% (n=169) Enterotoxina C (sec-1), 100% (n=443) Hemolisina Delta (hld), 99.5% (n=441) Hemolisina Alfa (hla), 0.9% (n=4) Toxina Esfoliativa A (eta), 3.6% (n=16) Toxina Esfoliativa B (etb) e 0.4% (n=2) Toxina Esfoliativa D (etd). Em relação à produção de biofilme 97.5% (n=432) foram positivas para icaA e 97% (n=430) para icaD. A análise multivariada dos fatores de virulência relacionados com a capacidade de invasão das amostras de S. aureus através da comparação dos fatores de virulência das amostras isoladas de culturas clínicas (n=84) e de vigilância (n=225) mostrou que amostras MRSA com SCCmec Tipo III podem ser 2.19 vezes mais invasivas que as demais amostras de S. aureus e que amostras com SCCmec Tipo IV podem ser 5.28 vezes mais invasivas que as demais amostras. Na análise do perfil clonal por Pulsed Field Gel Electrophoresis-PFGE das amostras MRSA invasivas foi possível observar a presença de 4 grupos clonais majoritários enquanto que o perfil das amostras colonizantes demonstrou a presença de 7 clones majoritários. Já o perfil dos MRSA isolados de pacientes queimados demonstrou 2 grupos majoritários. A análise multivariada para avaliação de fatores de risco para aquisição de MRSA em pacientes não queimados demonstrou como fatores de risco a cirurgia (OR=3.01) e úlcera de pressão (OR=11.4). Em pacientes queimados a análise multivariada revelou como fatores de risco significativos o histórico de internação maior que 24h em outro serviço (OR=7.8), número de debridamentos (OR=6.8) e internação prévia ou atual em UTI (OR=3.6). O conhecimento da epidemiologia e dos fatores de risco para aquisição de MRSA colonizantes ou invasivos no hospital estudado são dados importantes que podem auxiliar na prevenção e controle desses microrganismos. Apoio: FAPESP.


Palavras-chave:  epidemiologia molecular, MRSA, resistencia, virulencia