XXI ALAM
Resumo:713-3


Poster (Painel)
713-3Diversidade genética e potencial de virulência in vitro de Candida albicans isolada da cavidade bucal de cônjuges diabéticos e não-diabéticos
Autores:Marcelo Fabiano Gomes Boriollo (FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP / UNIFENAS - Universidade de Alfenas - UNIFENAS) ; Thaísla Andrielle Silva (UNIFENAS - Universidade de Alfenas - UNIFENAS) ; Manoel Francisco Rodrigues Netto (FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP) ; Bianca de Souza Moreira (UNIFENAS - Universidade de Alfenas - UNIFENAS) ; José Francisco Höfling (FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP)

Resumo

Infecções bucais por Candida spp. podem ser freqüentes e severas em pacientes com diabetes mellitus. Essas espécies têm desenvolvido mecanismos de virulência que conferem habilidades de colonização superficial, invasão tecidual ou evasão das respostas imunológicas inatas e específicas dos hospedeiros. Essa pesquisa investigou a incidência bucal de Candida spp. e a capacidade de virulência in vitro de C. albicans em pacientes com diagnóstico clínico de diabetes mellitus e seus cônjuges clinicamente saudáveis e não-diabéticos. Espécimes bucais de 52 casais foram semeadas em meio CHROMagar CandidaTM e preliminarmente identificadas. A identidade de C. albicans foi obtida por testes de crescimento a 42-45°C/24-48h e produção de clamidósporos. A determinação de subtipos (linhagens) de C. albicans, da diversidade e do relacionamento genético foi feita pela genotipagem isoenzimática (MLEE) e análises de agrupamento. Virulência de C. albicans foi investigada por testes de proteinases (SAPs) e fosfolipases (PLs). Em 12 casais (23,1%), ambos os cônjuges mostraram colonização por C. albicans exclusivamente (9,6%) ou em associação (13,5%), incluindo C. tropicalis, C. krusei, C. dubliniensis e Candida spp. Em 33 casais (63,4%), apenas um dos cônjuges foi colonizado por C. albicans. Espécies de Candida não-albicans foram observadas em ambos os cônjuges de 3 casais (5,7%), e a ausência de colonização por essas leveduras ocorreu em 4 casais (7,7%). MLEE revelou 52 subtipos entre 119 isolados de C. albicans e 6 isolados de C. dubliniensis. Subtipos de leveduras altamente relacionados foram observados em ambos os cônjuges de 8 casais, e subtipos moderadamente relacionados ou relacionados à distância ocorreram entre cônjuges de 4 casais. Casais e cônjuges não-relacionados mostraram padrões de colonização por subtipos idênticos ou altamente relacionados. Habilidades de virulência (SAPs e PLs) ocorreram em >90% dos isolados bucais, independentemente dos subtipos ou das características clínicas do hospedeiro. A colonização bucal simultânea por Candida spp., especialmente C. albicans, em pacientes diabéticos e seus cônjuges foi baixa, porém na maioria desses casos a transmissão, a adaptação e a microevolução de subtipos podem ocorrer entre os cônjuges relacionados. Fontes de transmissão intrafamiliar (pacientes diabéticos e seus cônjuges não-diabéticos) associadas às condições de imunossupressão do hospedeiro podem predispor às sintomatologias clínicas infecciosas causadas por uma variabilidade de subtipos de C. albicans potencialmente virulentos e, menos frequentemente, por outras espécies de Candida.


Palavras-chave:  Candidaspp. e C. albicans, transmissão bucal intrafamiliar, diabetes mellitus, virulência in vitro, MLEE