XXI ALAM
Resumo:710-3


Poster (Painel)
710-3Genotipagem isoenzimática e dinâmica de propagação sazonal de Staphylococcus aureus provenientes do ar de ambientes clínicos odontológicos
Autores:Marcelo Fabiano Gomes Boriollo (UNIFENAS - Universidade de Alfenas - UNIFENAS / FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP) ; Wagner Luiz de Carvalho Bernardo (FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP) ; Jeferson Júnior da Silva (UNIFENAS - Universidade de Alfenas - UNIFENAS) ; Manoel Francisco Rodrigues Netto (FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP / UNIFENAS - Universidade de Alfenas - UNIFENAS) ; Nelma de Mello Silva Oliveira (UNIFENAS - Universidade de Alfenas - UNIFENAS) ; Edvaldo Antônio Ribeiro Rosa (CCBS/PUCPR - Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - PUCPR) ; José Francisco Höfling (FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP)

Resumo

A dinâmica de propagação e a diversidade genética de S. aureus isolada do ar de ambientes clínicos odontológicos, da FOP/UNICAMP, foram avaliadas por marcadores isoenzimáticos (Multilocus Enzyme Electrophoresis – MLEE) e análises de relacionamento genético. Um total de 44 isolados previamente caracterizados por métodos microbiológicos, teste de β-lactamase e testes de susceptibilidade antimicrobiana foi usado. Enzimas foram obtidas a partir de culturas bacterianas recentes e processos de extração usando pérolas de vidro. Após a eletroforese, 9 isoenzimas foram investigadas por métodos previamente estabelecidos para MLEE. Padrões genéticos foram interpretados resultando na identificação de linhagens. A diversidade genética e o relacionamento entre linhagens foram determinadas pela estatística de Nei e análises de agrupamento. Padrões policlonais e monoclonais (33 linhagens) de dispersão aérea foram observados em diferentes localizações da clínica odontológica, em determinado tempo e ao longo de um período de ±1 até ±7 meses. Alta diversidade genética foi encontrada entre os isolados, os quais foram distribuídos em cinco taxa (de A até E) relacionados geneticamente à distância. Cada taxon compreendeu um ou mais clusters e/ou isolados moderadamente relacionados, os quais abrigaram dois ou mais isolados/linhagens idênticos/altamente relacionados. Esses dados sugerem a existência de processos microevolucionários em linhagens de S. aureus sob um período de ±1 até ±14 meses, bem como meios de transmissão e propagação horizontal e vertical, os quais deveriam ser investigados. Nenhuma correlação foi observada entre linhagens de S. aureus (ou clusters) e características do patógeno (produção de β-lactamase e perfis de susceptibilidade antimicrobiana). Em adição, a capacidade discriminatória de MLEE apresentou-se acima daquelas previamente reportadas (> 98% de probabilidade de dois isolados não-relacionados serem classificados como linhagens distintas). Levando-se em consideração que os estudos epidemiológicos moleculares são necessários para a identificação de possíveis fontes de disseminação de microrganismos em ambientes clínicos hospitalares e odontológicos, o presente estudo vem contribuir com o conhecimento sobre a dinâmica da propagação e retenção sazonal de linhagens de S. aureus resistentes a antibióticos, e aponta para a necessidade de implantação de barreiras de contenção, uso de equipamentos de proteção individual, meios de identificação e tratamento periódicos de profissionais portadores de microrganismos multi-resistentes (cavidades nasal, bucal, e orofaríngea, períneo e axilas), técnicas e dispositivos de purificação do ar, higiene e profilaxia mais eficientes.


Palavras-chave:  Staphylococcus aureus, ambiente aéreo odontológico, dinâmica de propagação, MLEE, Genotipagem