XXI ALAM
Resumo:694-1


Poster (Painel)
694-1MENINGITE FÚNGICA EM PACIENTE JOVEM
Autores:Pamella de Brito Ximenes (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Gleiciere Maia Silva (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Alice Cristiane Rangel Silveira (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Rejane Pereira Neves (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)

Resumo

Meningite é uma doença caracterizada por um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro, podendo ter como causa bactérias, vírus e também fungos. Meningite fúngica comumente ocorre por leveduras do gênero Cryptococcus, destacando-se C. neoformans. Esta condição pode ser denominada de criptococose, micose sistêmica adquirida através da inalação dos propágulos fúngicos, representa uma das infecções fúngicas mais importantes no Brasil. Este complexo possui duas espécies atualmente aceitas C. neoformans e C. gatti, que apresentam-se como leveduras ovais ou globosas, com brotamento, produz uma cápsula mucopolissacarídica que confere um fator de patogenicidade da levedura. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de meningite fúngica por C. neoformans. Paciente do sexo feminino, 20 anos, estudante, foi atendida em Hospital Público de Recife-PE apresentando ao exame físico um quadro de cefaléia frontal, pulsátil, de forte intensidade, associada a náuseas e vômitos, negando queixas urinárias e/ou intestinais. Teve diagnóstico sindrômico caracterizado por paralisia do 6º nervo a direita e síndrome de irritação meníngea. Após a realização de exames laboratoriais no Departamento de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco, foi constatada através de exame direto do líquido cefalorraquidiano (LCR) contrastado com tinta da China a presença de células de leveduras brotantes capsuladas e em cultura foi isolada uma levedura mucóide identificada através das características taxonômicas como C. neoformans. O tratamento instituído foi anfotericina B - 50mg/500mL intravenosa. Após 15 dias do início do tratamento foi adicionado fluconazol 100mg 12/12 horas, sendo retirada a anfotericina B apenas cinco dias após a inclusão deste medicamento. Recebendo alta um mês após a internação. A paciente retornou ao ambulatório um ano e meio depois com persistência de zumbido tipo motor no ouvido direito, negou tontura e relatou visão turva ao zumbido. Após sete meses foi avaliada tendo otoscopia normal, melhora clínica e laboratorial. O controle de cura foi verificado a partir da análise do LCR não sendo observadas estruturas fúngicas no exame direto e ausência de crescimento fúngico. Na possibilidade de meningite torna-se indispensável a investigação laboratorial fúngica e o controle de cura após o tratamento.


Palavras-chave:  Anfotericina B, Cryptococcus neoformans, Diagnóstico