XXI ALAM
Resumo:681-2


Prêmio
681-2ANÁLISE COMPARATIVA DO ESTADO NUTRICIONAL E DA MICROBIOTA INTESTINAL ENDÓGENA DE CRIANÇAS EUTRÓFICAS, OBESAS E COM SOBREPESO NA CIDADE DE SÃO PAULO: DADOS PARCIAIS.
Autores:Aline Ignacio (ICB 2 - USP - Instituto de Ciências Biomédicas-USP-Depto Microbiologia) ; Miriam Rodriguez Fernandes (ICB 2 - USP - Instituto de Ciências Biomédicas-USP-Depto Microbiologia) ; Mario Julio Avila-campos (ICB 2 - USP - Instituto de Ciências Biomédicas-USP-Depto Microbiologia) ; Viviane Nakano (ICB 2 - USP - Instituto de Ciências Biomédicas-USP-Depto Microbiologia)

Resumo

Atualmente a obesidade é considerada uma das principais doenças de saúde pública e sua relação com a microbiota intestinal passou a ser discutida nos últimos 30 anos. Nas últimas décadas o Brasil vem sofrendo uma transição no estado nutricional de sua população, onde se observa um aumento da população obesa e com sobrepeso. Sabe-se que crianças com sobrepeso estão mais propensas a se tornarem adultos com sobrepeso ou obesos e, assim, uma das formas mais eficientes de se prevenir à obesidade na idade adulta é através de intervenções durante a infância. Desta forma, este trabalho tem como objetivo analisar de forma comparativa o índice de massa corporal (IMC) e a presença de alguns microrganismos que compõe a microbiota intestinal endógena de crianças eutróficas, com sobrepeso e obesas. Foram coletas amostras de fezes não diarréicas de crianças com idade entre 3 a 11 anos sendo: 30 eutróficos, 12 com sobrepeso e 11 obesos, para isolamento dos gêneros Bacteroides/Parabacteroides, Clostridium e Bifidobacterium, e de Escherichia coli, em meio seletivo e seguido de identificação por API rapid ID 32A e PCR. O IMC foi obtido através da relação das medidas do peso-altura-idade das crianças. A partir da análise do IMC foi possível observar que há uma diferença significativa no estado nutricional entre todos os grupos estudados (p<0.05). Todas as amostras de eutróficos foram positivas no isolamento de ao menos um microrganismo, e para o total de isolados obtidos, têm-se a seguinte prevalência: 12% Clostridium, 15% Bifidobacterium, 18% Bacteroides/Parabacteroides e 55% E. coli. Nos sobrepesos se observa maior prevalência de E. coli (73,1%), seguido de Bacteroides/Parabacteroides (14,5%) e Bifidobacterium (12%), não sendo observado espécies de Clostridium. Em quatro das 12 amostras coletadas não foram identificadas nenhum microrganismo em estudo. Diferentemente, nos obesos há prevalência de Bacteroides/Parabacteroides (40%), seguido de E. coli (37%), Clostridium (11,5%) e Bifidobacterium (11,5%), e em apenas uma amostra não foi isolado nenhum dos microrganismos. Os dados preliminares deste estudo mostraram que existe uma diferença em relação aos microrganismo da microbiota intestinal, bem como no IMC dessas crianças. As diferenças observadas indicam que outras análises serão necessárias para a avaliação completa da relação da microbiota intestinal e o estado nutricional.


Palavras-chave:  Microbiota Intestinal, Crianças, Índice de massa corporal (IMC), Obesidade, Sobrepeso