XXI ALAM
Resumo:664-3


Poster (Painel)
664-3Ensaios de ecotoxicidade de subprodutos da biodegradação de querosene comercial utilizando Artemia salina.
Autores:Karla Maria Catter (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Carla do Couto Soares Maciel (UNIFOR - Universidade de Fortaleza / UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Larissa Figueira Morais Correia (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Oscarina Viana de Sousa (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; Regine Helena Silva dos Fernandes Vieira (UFC - Universidade Federal do Ceará)

Resumo

Ao longo do tempo, o petróleo foi se tornando fonte de energia eficaz. Hidrocarbonetos de petróleo têm sido introduzidos no meio ambiente constantemente e muitos apresentam propriedades tóxicas e carcinogênicas causando preocupação ambiental. O querosene é um dos derivados de petróleo mais utilizados e derramados no mundo. É um hidrocarboneto inflamável, constituído de parafinas, cicloparafinas, frações aromáticas e oleofinas de 9 a 20 átomos de carbono. Utilizado atualmente na limpeza, iluminação, como inseticida e principalmente combustível de aviação. Como os hidrocarbonetos do petróleo são poluentes de natureza hidrofóbica, necessitam ser solubilizados para que possam ser degradados por células microbianas em ambientes como o solo e a água. O objetivo deste trabalho foi verificar a toxicidade dos subprodutos da biodegradação de querosene por Burkholderia cepacia, Pseudomonas putida e Pseudomonas fluorescens, através de bioensaio com Artemia salina. As cepas testadas foram isoladas de manguezais do Estado do Ceará e fazem parte do acervo de bactérias do Laboratório de Microbiologia Ambiental e do Pescado, UFC. Os experimentos foram conduzidos em Erlenmeyers de 125 mL contendo meio mineral, inóculo bacteriano e querosene como única fonte de carbono e energia (5%) e foram cultivados sob agitação a +/- 30ºC, por 48 horas. Após o período de incubação, realizou-se centrifugação(7.000 rpm por 10 min) e filtração em membrana 0,22 µm (éster de celulose - Millipore). Para verificar a toxicidade do líquido metabólico utilizou-se o microcrustáceo Artemia salina frente a seis concentrações pré-estabelecidas: 70%, 75%, 80%, 85%, 90%, 95% do resíduo biodegradado. A CL50 foi calculada para 24 e 48 horas de biodegradação. Para Artemia salina o líquido metabólico proveniente da degradação de querosene pela cepa Burkholderia cepacia apresentou uma CL50 na concentração de 75% tanto com 24 e 48 horas de ensaio. Em relação à Pseudomonas putida o líquido metabólico de 24 e 48 horas de ensaio apresentou uma letalidade (CL50) nas concentrações de 80% e 82% respectivamente. Para o resíduo biodegradado por Pseudomonas fluorescens verificou-se CL50 de 82,5% após 24 horas e 92,5% para 48 horas. Diante do que foi exposto é possível inferir que os resíduos biodegradados por Pseudomonas putida e Pseudomonas fluorescens foram de baixissima toxidade para Artemia salina, enquanto que o resíduo produzido por Burkholderia cepacia foi de maior toxicidade que os demais. Apesar disso, em todos os três casos de biodegradação verificou-se toxicidade somente em elevadas concentrações de resíduo o que não caracteriza danos letais em potencial frente à Artemia salina.


Palavras-chave:  Toxicidade, Biorremediação, Biodegradabilidade