XXI ALAM
Resumo:658-1


Poster (Painel)
658-1Aspectos epidemiológicos e microbiológicos da vaginose bacteriana em pacientes atendidas na rede pública e particular em Juiz de Fora, MG.
Autores:Daniele Maria Knupp de Souza Souza (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Débora Martins Coelho Coelho (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Cláudio Galuppo Diniz Diniz (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Vânia Lúcia da Silva Silva (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora)

Resumo

A vaginose bacteriana (VB) é uma síndrome polimicrobiana, caracterizada pelo aumento no pH vaginal, associado ao desequilíbrio da microbiota. Nosso objetivo foi avaliar características epidemiológicas de pacientes da rede pública (SUS) e atendidas na rede particular (RP) em Juiz de Fora/MG, relacionando aspectos microbiológicos (Papanicolaou e Score de Nugent). Esfregaços de secreção vaginal de 92 pacientes coletados durante o exame clínico e que responderam inquérito epidemiológico, foram coradas pelo método de Gram para avaliação da diversidade bacteriana, presença de clue-cells e Score de Nugent. Do total amostrado, 53,5% são provenientes do SUS com idade média de 44,6 anos e 43,5% da RP, com idade média de 35,6 anos; 46,7% são casadas, 35,9% solteiras e 17,4% possuem outro tipo de relacionamento, sendo que no SUS a maioria é casada enquanto que na RP a maioria é solteira; 85,9% se declararam brancas e 14,1% negras; 90% das pacientes da RP estuda ou já concluiu o ensino superior, enquanto que no SUS apenas 11,6% enquadram-se na mesma escolaridade; da RP, 82,5% trabalham fora, enquanto que do SUS 51,9% são donas de casa; todas as pacientes da RP tem vida sexual ativa, enquanto que no SUS apenas 71,2% fizeram essa declaração. Em relação ao Score de Nugent, 41,2% tiveram score de 7-10, (VB +), 3,3% score de 4-6 (Intermediário) e 52,2% score de 0-3 (VB -), enquanto que para 3,3% a secreção vaginal foi insuficiente. Com relação às pacientes da RP, 37,5% apresentaram Score de Nugent compatível com VB e Papanicolaou +, com a presença de clue-cells. Entre as do SUS, 34,6% apresentaram Score de Nugent compatível com VB, embora nestas, verificou-se presença de clue-cells em 61,1%, e resultado de Papanicolaou + em apenas 27,8%. Das pacientes VB -, nenhuma apresentou clue-cells, embora, no grupo, 25,0% daquelas atendidas na RP e 3,6% atendidas no SUS, foram Papanicolaou +. Considerando-se a importância das doenças cérvico-vaginais, os resultados, apontam para uma ampla distribuição da VB nas diferentes classes sociais, acometendo pacientes, sobretudo, as sexualmente ativas. Apesar da aparente concordância entre os métodos diagnósticos, observa-se maior discrepância no SUS. A coloração de Gram mostrou-se importante técnica complementar ao Papanicolaou, auxiliando e agilizando o diagnóstico.


Palavras-chave:  Gardnerella vaginalis, Papanicolaou, Score de Nugent, Vaginose bacteriana